Estima-se que 6,8% das crianças com menos de 3 anos de idade e 2,3% dos adultos são acometidos de reações alimentares de causas alérgicas verdadeiras
A Alergia Alimentar é uma reação adversa a determinado alimento. Envolve um mecanismo imunológico e tem apresentação clínica muito variável, com sintomas que podem surgir na pele, no sistema gastrointestinal e respiratório. As reações podem ser leves com simples coceira nos lábios até reações graves que podem comprometer vários órgãos. A Alergia Alimentar resulta de uma resposta exagerada do organismo a determinada substância presente nos alimentos – de acordo com a Asbai – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.
Nem toda reação adversa é alergia – ao ingerir um alimento ou aditivos alimentares podemos apresentar um efeito indesejado no organismo. Algumas vezes essas reações são tóxicas e, outras vezes, não tóxicas. O que isso quer dizer? Uma reação é considerada não tóxica quando é uma intolerância ou hipersensibilidade à substancia ingerida. Por exemplo: ao comermos algo que esteja contaminado por bactérias, microrganismos, provavelmente teremos febre, diarreia, vômitos. Isso ocorrerá com várias pessoas que também tenham ingerido esse mesmo alimento.
De acordo com Serafim Netto, nutricionista clínico e esportivo, as alergias podem surgir desde o nascimento e ocorrer em qualquer fase da vida. Não existe uma idade certa, na qual possamos perceber melhor as alergias, tendo em vista que a prevalência da alergia alimentar parece estar aumentando. “Mas esse fato tanto pode ser a consequência do melhor reconhecimento da doença, como por excesso de diagnósticos errôneos, decorrentes de interpretações inadequadas dos exames laboratoriais”- explica Serafim. Em crianças com menos de 3 anos de idade, tem sido referida uma prevalência de até 8% e em adultos, a prevalência é de 2%, mostrando um declínio da patologia nessa faixa etária (Chemin & Mura, 2011).
Ainda de acordo com Serafim, na faixa etária pediátrica, o leite de vaca, ovo, a soja, trigo e amendoim correspondem à grande maioria das reações clínicas encontradas, enquanto que no adulto o amendoim, castanhas, peixes e os frutos do mar são os mais descritos. As manifestações clínicas da alergia alimentar dependem da característica do indivíduo, tipo do alimento e o mecanismo fisiopatológico envolvidos na reação de hipersensibilidade alimentar.
Sendo assim, as manifestações são diversas: desde cutâneas como urticárias e dermatites, manifestações gastrointestinais como síndrome de alergia oral, proctocolites, enterocolites, esofagites e manifestações respiratórias como a asma. “Assim que desconfiar que a criança apresenta reação adversa a algum alimento, é importante o tratamento com um médico especialista em alergias (alergologista) e em seguida um nutricionista para que possa adequar a alimentação pela exclusão dos alimentos alergênicos”- alerta o nutricionista.
Uma alergia alimentar pode desaparecer com o tempo? – “Sim, a prevalência da alergia alimentar reduz com a idade, representando uma evidência que a maioria das crianças com alergia alimentar tornam se tolerantes com o passar do tempo, exceto alergia ao amendoim, outras castanhas e frutos do mar. É possível que uma alergia alimentar surja mais tarde, sem episódios anteriores. Há tratamento e cura. O importante é que o individuo exclua o alimento causador da alergia, evitando o seu consumo”- explica Serafim.
Atenção: intolerância à Lactose não é o mesmo que alergia alimentar
O leite tem um açúcar em sua composição: a Lactose. Quando ocorre a ausência da enzima lactase no intestino, há uma incapacidade de digerir a lactose (açúcar do leite). Assim, surgirão sintomas intestinais como diarreia e distensão abdominal. Algumas pessoas podem tolerar pequenas doses de leite ao dia. Podem, então, fazer uso de leites sem lactose ou com baixo teor dessa substância, disponíveis no mercado. É importante saber diferenciar alergia de intolerância.
Muitas vezes, familiares e profissionais da saúde fazem confusão. Intolerância à Lactose não é uma alergia alimentar, entendido? Veja bem, é importante ficar atento quando o médico diagnosticar que a pessoa é alérgica às proteínas do leite. Neste caso, a alimentação deve excluir leite e seus derivados (queijos, manteiga, iogurte etc).
Por Sandra Pires
Para saber mais acesse: http://www.sbai.org.br