terça-feira, 27 de outubro de 2015

Como alguns alimentos podem prevenir o câncer?


A relação da dieta e do estado nutricional com o risco de desenvolvimento de câncer tem sido o maior foco das pesquisas em saúde pública. A dieta representa o papel principal na etiologia e prevenção do câncer. Curiosamente, vários estudos têm demonstrado que o câncer é, em grande parte, uma doença evitável, e que sua incidência pode ser substancialmente reduzida com modificações dietéticas. Abaixo estão listados alguns alimentos que possuem efeitos anticancerígenos.
Alho
Desde a antiguidade, o alho (Allium sativum) é utilizado por suas qualidades medicinais. De fato, esta planta possui efeitos benéficos em diversas doenças, incluindo câncer, doenças coronarianas, obesidade, hipercolesterolemia, diabetes tipo 1 e 2, hipertensão, catarata e algumas desordens gastrintestinais. Vários estudos vêm demonstrando a redução do risco de diferentes tipos de câncer devido ao consumo de alho.
O alho fresco contém vários compostos organossulfurados, elementos traço de origem fenólica e esteróide, além de carboidratos, proteínas e fibras alimentares. Os compostos organossulfurados do alho são considerados agentes quimioprotetores do câncer, pois podem causar uma suspensão da proliferação das células cancerosas e induzir a apoptose (morte celular programada).
Feno-grego
O feno-grego, ou alforva (Trigonella foenum graecum), é tradicionalmente utilizado para tratar diabetes, hipercolesterolemia, ferimentos, inflamações e doenças gastrintestinais. O extrato destas sementes inibe o crescimento tumoral e também produz um significativo efeito anti-inflamatório. Além disso, em experimentos feitos com animais, a inclusão do pó das sementes de feno-grego na dieta reduziu a incidência de tumores no cólon, diminuiu a peroxidação lipídica e aumentou as atividades enzimáticas do sistema antioxidante.
As sementes de feno-grego são fonte rica em fibras e saponina. Diversos estudos in vivo e in vitro observaram efeitos antiproliferativos das saponinas sobre diferentes tipos de células cancerosas.
Chá verde
As propriedades benéficas do chá verde são basicamente provenientes dos polifenóis (classificados como catequinas) e sua potente ação antioxidante. O chá verde contém seis compostos de catequinas principais: catequina, galocatequina, epicatequina, epigalocatequina, galato epicatequina e galato de epigalocatequina (conhecido como EGCG). A bebida também contém alcalóides, como a cafeína, teobromina e teofilina, que conferem ao chá verde efeitos estimulantes. O EGCG é o polifenol mais estudado por ser um potente antioxidante e protetor das células e do DNA contra os radicais livres. Seus benefícios conferem proteção contra o câncer, aterosclerose, obesidade, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.
Soja
O grão de soja é rico em proteínas de alto valor biológico (aproximadamente 50% do grão), isoflavonas, saponinas, fitoesteróis, ácido fítico, fosfolipídios, ácido ascórbico, minerais e fibras alimentares. Em experimentos realizados com animais, foi observado que as isoflavonas da soja melhoraram a sensibilidade à insulina por diminuírem a deposição de gordura visceral e inflamações, além de poderem reduzir os níveis de colesterol plasmático. Além disso, resultados de diferentes pesquisas sugerem que a proteína da soja pode reduzir a massa gorda em casos de obesidade.
O consumo de soja está sendo associado com diminuição do risco do desenvolvimento do câncer de mama, próstata e cólon. Ambas, proteína da soja e isoflavonas, têm revelado diferentes efeitos anticancerígenos, como atividade anti-angiogênica, apoptose celular e modulação da progressão do ciclo celular.
Momordica
A momordica (bitter melon, em inglês, ou melãozinho, como é mais conhecido) contém algumas substâncias (glicosídeos, alcalóides, derivados do ácido linolênico conjugado e proteínas) que fazem com que o seu extrato apresente efeitos comparáveis à ação dos hipoglicemiantes orais, como metformina e tiazolidinadiona. Estudos observaram que o melãozinho é capaz de inibir a hipertrofia dos adipócitos, reduzir a adiposidade, diminuir a concentração sanguínea de glicose, colesterol e triglicérides, melhorar a sensibilidade à insulina e aumento da concentração sérica de adiponectina. O ácido linolênico, presente no óleo das sementes do melãozinho, pode regular e induzir a apoptose em células do câncer de cólon e as proteínas têm demonstrado poder de inibir o crescimento de células do câncer de mama in vitro e in vivo. Em experimentos com animais, o extrato do melãozinho inibiu o desenvolvimento do câncer de pele, de mama e de cólon.
Peixe
Muita atenção tem sido dada aos efeitos benéficos do óleo de peixe, rico em ácidos graxos poliinsaturados ômega-3, e do óleo de oliva, rico em ácidos graxos monoinsaturados, como o ácido oléico. Os componentes protetores dos peixes são os ácidos graxos de cadeia longa, ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA), juntamente com as proteínas, vitaminas e minerais. Por outro lado, existe a preocupação sobre os riscos à saúde devido às contaminações ambientais possivelmente encontradas nos peixes. Contudo, evidências epidemiológicas estabeleceram que a ingestão de óleo de peixe promove efeitos protetores em diversas desordens, como doenças cardiovasculares e câncer.
Por meio de alguns mecanismos, os ácidos graxos ômega-3 podem modificar o processo carcinogênico, o que inclui supressão do ácido araquidônico, influências na expressão dos genes, alteração do metabolismo do estrógeno, efeitos contra radicais livres e envolvimento na sensibilidade à insulina. Ademais, é comprovado que o óleo de peixe possui efeitos antiobesidade e pode reduzir inflamações.
Bibliografia (s)
Murthy NS, Mukherjee S, Ray G, Ray A. Dietary factors and cancer chemoprevention: an overview of obesity-related malignancies. J Postgrad Med. 2009;55(1):45-54.

Broto de feijão com carne


A cozinha asiática revela-se tão exótica quanto saborosa. Grande parte de seu sucesso é reunir ingredientes que normalmente não utilizamos em nosso dia a dia. Como é o caso do nutritivo e nada calórico broto de feijão.
Broto de feijão com carne
Ingredientes
150 g de broto de feijão
100 g de carne em tiras
1 cenoura em rodelas
1 pimentão verde sem sementes em tiras
1 folha de repolho rasgada
Modo de preparo
Deixe o broto de feijão de molho em água por 30 minutos.
Escorra e coloque-o em água fervente por um minuto.
Escorra novamente, passe em água fria e reserve.
Refogue a carne, acrescente os legumes e o broto de feijão.
Tempere com sal e pimenta a gosto.
Cozinhe até os ingredientes ficarem macios, mas não muito.
Sirva em seguida.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015


Quais são os efeitos do cacau no sistema imune?



O cacau é um alimento rico em polifenois, tornando-o um antioxidante potente. Devido à essa atividade e outros mecanismos, o consumo de cacau tem sido relatado como sendo benéfico para a saúde cardiovascular, funções do cérebro e prevenção de câncer. Mas além disso, o cacau influencia o sistema imune, em particular na resposta imune inata e adaptativa sistêmica e intestinal. Nesse aspecto, estudos demonstram que uma dieta rica em cacau modifica as funções das células T, que conduzem a uma modulação da síntese de anticorpos sistêmicos e do intestino.
Estudos que analisaram os efeitos do cacau na reação inflamatória, demonstraram que, apesar do cacau apresentar claras propriedades anti-inflamatórias in vitro, quando testado em in vivo os resultados são mais controversos. Portanto, se a inflamação for leve e o cacau consumido tiver um elevado teor de polifenois, ele poderia ajudar na resolução da resposta inflamatória, e em qualquer caso, devido às suas propriedades antioxidantes, o cacau pode complementar a terapia anti-inflamatória.
Um estudo realizado em ratos demonstrou que uma dieta contendo cacau reduziu a síntese de IgE (Imunoglobulina E), o que poderia ser útil no tratamento de doenças alérgicas.
Além disso, estudos demonstram que uma dieta contendo cacau é capaz de modificar a microbiota intestinal e também a conversa cruzada entre estas bactérias e células do corpo.
Estudos de biodisponibilidade em humanos sugerem que as concentrações plasmáticas dos polifenóis do cacau são menores do que as concentrações utilizadas nos estudos in vitro. Isso porque a quantidade necessária para obter esses efeitos se deve com a ingestão de 100g de chocolate amargo por dia. Desse modo, os estudos também ressaltam que, dependendo do fabricante, o chocolate é uma rica fonte de açúcar e gordura saturada, fatores questionáveis para ser recomendado como parte de uma estratégia nutricional no intuito de promover a saúde cardiovascular.
Bibliografia (s)
Pérez-Cano FJ, Massot-Cladera M, Franch A, Castellote C, Castell M. The effects of cocoa on the immune system. Front Pharmacol. 2013; 4:71.
Massot-Cladera M, Abril-Gil M, Torres S, Franch A, Castell M, Pérez-Cano FJ. Impact of cocoa polyphenol extracts on the immune system and microbiota in two strains of young rats. Br J Nutr. 2014;112(12):1944-54.
Salvador I. Atividade antioxidante e teor de resveratrol em cacau, chocolates, achocolatados em pó e bebidas lácteas achocolatadas. Dissertação de Mestrado. Orientador: Alencar SM. Universidade de São Paulo: Centro de Energia Nuclear na Agricultura; Piracicaba, 2011.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

BALANÇO ENERGÉTICO E SAÚDE


Alcançando o balanço correto entre nutrição, atividade física e calorias.
A maioria dos adultos ganha peso ao longo do tempo. Dessa forma, mesmo com peso saudável, é importante dar pequenos passos agora que vão ajudar a evitar o ganho de peso no futuro.
Quando se trata de atingir e manter o peso saudável, todas as calorias contam, não importa de que alimento ou bebida vêm. Consumo calórico e gasto energético estão ligados. Tanto o consumo de alimentos e bebidas como a atividade física precisam ser gerenciados ativamente para evitar o ganho de peso. Independentemente do peso, a atividade física regular é essencial para uma saúde plena.
COMPARTILHE ESTAS DICAS SIMPLES:
- Pense pequeno:
Para ajudar a estabelecer novos hábitos, reduzir o risco de lesões e garantir a adequação de nutrientes, faça pequenas mudanças graduais e espere os resultados com o tempo.
- Fique atento ao tamanho das porções:
Prestar atenção ao tamanho das porções ajuda no controle do consumo calórico.
- Faça as contas:
Verifique nos rótulos dos alimentos as calorias por porção e o número de porções por embalagem.
- Faça um diário:
Anote o consumo de alimentos e bebidas, bem como as atividades físicas, para identificar os padrões e as oportunidades para fazer pequenas mudanças que podem ter grande impacto ao longo do tempo.
- Verifique o seu balanço energético:
Um peso corporal estável significa que as calorias gastas e as calorias consumidas estão em equilíbrio.
- Mantenha-se em movimento:
Se você estiver com pouco tempo, pode atender à recomendação dos 30 minutos diários de atividade física divididos em sessões de 10 minutos.

Muffin de espinafre


Ingredientes
340 g de espinafre
½ xícara (chá) de ricota
½ xícara (chá) de queijo parmesão light ralado
2 ovos batidos
1 dente de alho amassado
¼ colher (chá) de sal
¼ colher (chá) de pimenta do reino moída
Modo de preparo
Preaqueça o forno a 200ºC.
Passe o espinafre no processador.
Transfira o resultado para um bowl.
Acrescente a ricota, o queijo ralado, os ovos e o alho.
Tempere com o sal e a pimenta e misture bem.
Unte oito forminhas e coloque a distribua a massa.
Asse os bolinhos por cerca de 20 minutos ou até dourar.
Retire do forno e deixe descansar por cinco minutos.
Solte as bordas com uma faca, tire da forma e sirva quente.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Suplementação de proteínas e vitamina D preserva massa magra em idosos obesos



Um estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition sugere que a suplementação de idosos obesos submetidos à dieta hipocalórica e treinamento de força.com alta concentração de proteínas de soro do leite, leucina e vitamina D, preserva a massa muscular quando comparada com suplemento isocalórico.
Varrejein e colaboradores, conduziram um estudo duplo-cego e randomizado que avaliou o efeito do uso de suplemento hiperproteico com leucina e vitamina D (150 kcal e 21g de proteína/ dia) na preservação da massa muscular em 80 idosos obesos durante um programa de perda de peso intencional.
O programa de perda de peso teve duração de 13 semanas, e durante esse período todos os indivíduos seguiram uma dieta hipocalórica (com redução de 600 kcal do valor calórico total) associada a um treinamento de resistência 3 vezes por semana. Os indivíduos foram aleatoriamente divididos para receber suplemento hiperproteico com leucina e vitamina D ou suplemento placebo isocalórico.
Os resultados demonstraram que ambos os grupos apresentaram redução do peso corporal, porém, o grupo que recebeu o suplemento hiperproteico apresentou aumento de massa muscular apendicular e massa muscular em membros inferiores.
Os autores afirmam que esse estudo é o primeiro a mostrar que o uso de um suplemento contendo alta quantidade de proteína de soro do leite, leucina e vitamina D preserva a massa muscular durante a perda de peso intencional por uma dieta hipocalórica combinada com exercícios de resistência em idosos obesos, e que estes resultados suportam a conduta de aumentar a ingestão de proteína de alta qualidade e em quantidade suficiente durante um programa de perda de peso para ajudar na prevenção da sarcopenia induzida pela perda de peso.

Referência(s)
Verreijen AM, Verlaan S, Engberink MF, Swinkels S, de Vogel-van den Bosch J, Weijs PJ. A high whey protein-, leucine-, and vitamin D-enriched supplement preserves muscle mass during intentional weight loss in obese older adults: a double-blind randomized controlled trial. Am J Clin Nutr. 2015; 101(2):279-86.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Quais são os principais sintomas clínicos da desnutrição em idosos?


A desnutrição em pacientes geriátricos é comum, pois, com a idade avançada, o consumo alimentar diário diminui. Além disso, os alimentos consumidos são de baixas calorias, contribuindo para a deficiência nutricional e desnutrição (1). Os sinais e sintomas do processo de envelhecimento são facilmente confundidos com a desnutrição, dessa forma, as intervenções muitas vezes são inadequadas e menos potentes do que poderiam ser. Alguns sintomas de desnutrição em idosos freqüentemente encontrados são: diminuição do apetite, aversão e redução da ingestão de carnes, redução da ingestão de 1/3 das necessidades diárias de nutrientes, apatia geral, fadiga permanente sem períodos de recuperação, redução da mobilidade, perda de peso, pele seca, fina e rachada.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Quais são as principais propriedades do guaraná?


O guaraná (Paullinia cupana Mart. var. sorbilis) pertence à família Sapindaceae, um arbusto originário da região Amazônica. Os frutos do guaraná são os mais comumente utilizados, mas as folhas, as flores e até as sementes pode ser aproveitadas. O extrato de guaraná apresenta em sua composição os radicais metil-xantínico, como a cafeína, teobromina e teofilina, além de conter taninos, saponinas, catequinas, epicatequinas, proantrocianidois, dentre outros componentes em menor concentração.
O guaraná é um dos vegetais mais ricos em cafeína, representando cerca de 3 a 6% do peso do fruto, mais do que dobro em comparação com de grãos de café, que apresentam de 1 a 2%. Por isso, o guaraná é conhecido por suas propriedades estimulantes, como a redução da fadiga, aumento da agilidade, e como um auxílio ergogênico em atividades esportivas.
De um modo geral, os estudos realizados em ratos e seres humanos, revelam diversas propriedades do guaraná, incluindo:
- Melhora na capacidade cognitiva e memória;
- Melhora no desempenho de tarefas que exigem atenção;
- Redução da fadiga mental e melhora de humor;
- Redução da agregação plaquetária;
- Efeito antioxidante, inibindo processos de peroxidação lipídica;
- Propriedades anticarcinogênicas.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Por que sentimos vontade de comer doce após as refeições?



Porque durante o processo de digestão, os estoques de serotonina ficam diminuídos, o que faz com que o organismo busque captar rapidamente triptofano para nova produção desse neurotransmissor. O cérebro nos avisa desse processo provocando desejo por carboidratos, como doces, pois a glicose aumenta a disponibilidade cerebral do triptofano, que é captado pelos neurônios, produzindo serotonina.

Tanto o açúcar dos doces quanto os dos carboidratos tem esse efeito (pois ambos têm como resultado final da digestão, a glicose) no entanto, o açúcar dos doces chega à corrente sanguínea mais rapidamente, pois trata-se de um carboidrato simples, que é digerido e absorvido mais rapidamente pelo organismo.

Quando nos alimentamos, ocorre liberação de hormônios e neurotransmissores para que as alças intestinais se movimentem. Um dos neurotransmissores mais atuantes na transmissão de mensagens entre os neurônios do aparelho digestivo é a serotonina. Além de atuar no trato gastrintestinal, a serotonina desempenha um importante papel no sistema nervoso, como a liberação de alguns hormônios, a regulação do sono, a temperatura corporal, o apetite, o humor, a atividade motora e as funções cognitivas.

Por isso, quando a serotonina é secretada pelo intestino, ocorre uma diminuição de seu estoque, e sua reposição depende da ingestão de alimentos ricos em triptofano, pois esse é um aminoácido essencial, que não é produzido pelo organismo. Estudos têm demonstrado a associação da glicose com o aumento da disponibilidade de tirptofano. No entanto, esse aminoácido pode ser encontrado em outros alimentos como aveia, banana, folhas verdes escuras, arroz integral, frutas cítricas, oleaginosas e derivados do leite. O chocolate, além de conter triptofano, contém tirosina, outra substância que também estimula a produção de serotonina.


Bibliografia (s)

Kapczinski F, Busnello J, Abreu MR, Carrão AD. Aspectos da Fisiologia do Triptofano. Disponível em: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol26/vol25/n4/relit254b.htm. Acessado em: 27/02/2015

ABESO. Halpern ZSC, Rodrigues MDB. Chocolate: Alimento ou droga? Disponível em: http://www.abeso.org.br/pagina/188/chocolate---alimento-ou-droga?.shtml. Acessado em: 27/02/2015

Peroutka SJ, Lebovitz RM, Snyder SH. Two distinct central serotonin receptors with different physiological functions. Science. 198; 212(4496):827-829

terça-feira, 25 de agosto de 2015

O consumo de café reduz o risco de desenvolver diabetes tipo 2?


Sim. Estudos demonstram uma associação inversa entre o consumo de café e o risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 (DM2).
Pesquisadores americanos publicaram uma metanálise que incluiu 28 estudos prospectivos, abrangendo uma população estimada de mais de um milhão de participantes e com mais de 45.000 casos de DM2. O tempo de seguimento variou de 10 meses a 20 anos e o consumo alimentar foi avaliado através de questionário de frequência alimentar. Os resultados demonstram que os participantes que aumentaram seu consumo de café para mais de 1 copo/dia durante um período de quatro anos tiveram um risco 11% menor de desenvolver DM2 nos 4 anos posteriores, em comparação com aqueles que não fizeram alterações no consumo. Já os indivíduos que diminuíram a ingestão de café para mais de 1 copo/dia tiveram risco 17% maior de desenvolver DM2. Mudanças no consumo de chá não foram associados com o risco de DM2.
Os mesmos pesquisadores publicaram outro estudo, dessa vez para comparar as tendências dessa associação com a utilização de café cafeinado ou descafeinado na mesma população. Na comparação entre os efeitos desses cafés, dados demonstraram uma associação inversa entre o consumo desses cafés e o risco de DM2, confirmando que o efeito de redução de risco de DM2 através do consumo de café promove uma resposta dependente das quantidades ingeridas. Mais ainda, os resultados demonstraram que tanto o café cafeinado como o café descafeinado promoveram uma redução comparável no risco de desenvolvimento do DM2.
Um estudo com o objetivo de evidenciar o mecanismo dessa relação avaliou a associação entre o consumo de café e vários biomarcadores relacionados com a DM2, como marcadores hepáticos (γ-glutamil transferase, fetuin-A, e globulina), marcadores de dislipidemia (lipoproteína de alta densidade – colesterol e triglicérides), inflamação (proteína C-reativa), adipocina (adiponectina) e metabólitos. Os resultados verificaram que o consumo de café foi inversamente associado com os níveis de fetuin-A e PCR em mulheres e γ-glutamil transferase e triglicérides em homens. O consumo de café tende a ser inversamente associado com o risco de DM2 em ambos os sexos, alcançando significância apenas em homens. Os autores afirmam que esses marcadores explicam a relação inversa entre o consumo de café a longo prazo e o risco de desenvolvimento de DM2.
No entanto, um estudo publicado na revista Nutrition revisou a literatura sobre os efeitos do consumo de café em diferentes fatores envolvidos na patogênese do DM2. Os autores afirmam que, no geral, as evidências experimentais e epidemiológicas estudadas elucidam os efeitos protetores do consumo de café no DM2, envolvendo múltiplos mecanismos preventivos, mas que apesar das fortes evidências disponíveis na literatura, ainda é incerto se o uso do café deve ser recomendado para pacientes com diabetes e/ou qualquer paciente em risco de desenvolvimento de DM2 como uma terapia complementar para prevenir a progressão da doença.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Qual a diferença entre bebidas isotônicas e energéticas?


Apesar das bebidas isotônicas e energéticas terem sido desenvolvidas para melhorar o desempenho esportivo, estes produtos possuem diferenças na composição nutricional, por isso o consumo deve ser feito com objetivos diferentes. A bebida isotônica tem o objetivo de repor as perdas hidroeletrolíticas durante a prática de exercícios, enquanto a bebida energética, por ter ação estimulante, tem o objetivo de aumentar a concentração e a resistência durante o exercício.
As bebidas isotônicas são líquidos que apresentam osmolaridade muito próximo a dos fluidos corporais (280-340 mosmol/kg). Essa propriedade faz com os isotônicos sejam rapidamente absorvidos após o consumo.
Neste sentido, o termo isotônico refere-se à tonicidade, ou seja, diz respeito à concentração iônica de um líquido em relação ao sangue. Um líquido pode ser hipotônico, quando sua concentração é menor que a do sangue, hipertônico quando a concentração é maior ou isotônico quando a concentração é igual a do sangue.
As bebidas isotônicas são consideradas suplementos hidroeletrolíticos com o objetivo de evitar a desidratação durante a prática esportiva. De acordo com a RDC 18/2010 da Anvisa, capítulo III e artigo 6º, os suplementos hidroeletrolíticos para atletas devem atender aos seguintes requisitos:
I - a concentração de sódio no produto pronto para consumo deve estar entre 460 e 1150 mg/l, devendo ser utilizados sais inorgânicos para fins alimentícios como fonte de sódio;
II - a osmolalidade do produto pronto para consumo deve ser inferior a 330 mOsm/kg água;
III - os carboidratos podem constituir até 8% do produto pronto para consumo;
IV - o produto pode ser adicionado de vitaminas e minerais, conforme Regulamento Técnico específico sobre adição de nutrientes essenciais;
V - o produto pode ser adicionado de potássio em até 700 mg/l;
VI - o produto não pode ser adicionado de outros nutrientes e de outros componentes que não sejam considerados nutrientes;
VII - o produto não pode ser adicionado de fibras alimentares.
§1°. Quanto ao tipo de carboidrato, referente ao inciso III, este produto não pode ser adicionado de amidos e poliois.
§2°. Com relação ao teor de carboidratos, constante do inciso III, o teor de frutose, quando adicionada, não pode ser superior a 3% do produto pronto para o consumo.

Os isotônicos geralmente apresentam em sua composição básica sódio, potássio, cloreto e glicose, além de conter corantes, aromatizantes artificiais e conservantes. Podem ser encontrados na forma de pós, concentrados ou líquido pronto para beber.
As bebidas isotônicas devem conter baixo teor de carboidratos para garantir um rápido esvaziamento gástrico e levar menos tempo para atingir os tecidos que necessitam de hidratação e, assim, garantir uma rápida e eficiente reposição hidroeletrolítica. Além disso, não devem ser gaseificadas, pois os gases podem causar a distensão das paredes intestinais e a sensação de peso no estômago.
As bebidas energéticas, por sua vez, têm como principal característica a presença de substâncias com ação estimulante do sistema nervoso central na sua composição. Elas foram desenvolvidas para melhorar a resistência física, reações mais velozes, aumentar a concentração, evitar sono, proporcionar sensação de bem-estar, estimular o metabolismo e ajudar a eliminar substâncias nocivas do organismo humano.
De modo geral, as bebidas energéticas possuem em sua composição básica sacarose, glucose, taurina (400 mg/100ml a 1000 mg/250ml), inositol, cafeína (15-32 mg/100ml a 80 mg/250ml), glucoronalactona, vitaminas do complexo B e vitamina C, acidulantes (ácido cítrico ou ácido pantotênico), reguladores de acidez (citrato de sódio), conservantes, corantes e aromatizantes.
Segundo a RDC 18/2010 da Anvisa, capítulo III e artigo 7º, os suplementos energéticos para atletas devem atender aos seguintes requisitos:
I - o produto pronto para consumo deve conter, no mínimo, 75% do valor energético total proveniente dos carboidratos;
II - a quantidade de carboidratos deve ser de, no mínimo, 15 g na porção do produto pronto para consumo;
III - este produto pode ser adicionado de vitaminas e minerais, conforme Regulamento Técnico específico sobre adição de nutrientes essenciais;
IV - este produto pode conter lipídios, proteínas intactas e ou parcialmente hidrolisadas;
V - este produto não pode ser adicionado de fibras alimentares e de não nutrientes.
Bibliografia (s)
Von Duvillard SP, Arciero PJ, Tietjen-Smith T, Alford K. Sports drinks, exercise training, and competition. Curr Sports Med Rep. 2008;7(4):202-8.
Ballard SL, Wellborn-Kim JJ, Clauson KA. Effects of commercial energy drink consumption on athletic performance and body composition. Phys Sportsmed. 2010;38(1):107-17.
Matumoto MSS. Avaliação in vitro das alterações superficiais do esmalte dentário de dentes permanentes submetidos à ação de bebidas energéticas. [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2008.
Brasil. RDC 18/2010 – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Regulamento Técnico sobre Alimentos para Atletas.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Identificada enzima que promove hipertensão arterial em obesos


Pesquisadores norte-americanos identificaram que a enzima arginase é responsável pela disfunção endotelial e hipertensão arterial relacionada a obesidade, descoberta que, segundo os autores, pode levar a novas opções de tratamento para doenças vasculares relacionadas com a obesidade.
Em estudo publicado na revista Obesity, Johnson e colaboradores avaliaram a função endotelial e da expressão de arginase nas arteríolas do músculo esquelético de ratos obesos e magros. A atividade da arginase, biodisponibilidade da arginina e pressão arterial foram medidos em todos os animais.
Os resultados demonstraram que os ratos obesos apresentaram deficiência de arginina devido à elevada atividade da arginase, que é responsável pela degradação desse aminoácido. A atividade da arginase nos vasos sanguíneos era significativamente maior nos ratos obesos quando comparados aos ratos magros, o que levou a uma maior degradação da arginina presente no sangue e nas artérias.
Os autores explicam que a arginina é um precursor do óxido nítrico (ON), gás que relaxa os vasos sanguíneos e reduz a pressão arterial. A alta degradação de arginina pela arginase reduziu drasticamente os níveis de ON dos ratos obesos, o que levou à constrição dos vasos sanguíneos e consequente elevação da pressão arterial.
Nesse sentido, o estudo evoluiu para uma segunda etapa: determinação do melhor método para corrigir a deficiência de arginina. Para isso, foram utilizados dois métodos. Um contou com a suplementação de arginina (L-arginina ou D-arginina) e o outro contou com o uso de drogas para bloquear a ação da arginase.
A suplementação com L-arginina e o uso de inibidor de arginase melhorou a vasodilatação em ratos obesos, mas não em ratos magros, e isso foi associado a um aumento na biodisponibilidade sistêmica de arginina. A suplementação com D-arginina não apresentou nenhum efeito com relação à pressão arterial.
Diante de tais resultados, os autores concluem que a arginase promove disfunção endotelial e hipertensão arterial na obesidade, devido a redução da biodisponibilidade de arginina. As abordagens terapêuticas dirigidas à inibição da arginase nos vasos sanguíneos podem representar uma abordagem promissora no tratamento de doenças vasculares relacionadas com a obesidade.
Referência(s)
Johnson FK, Peyton KJ, Liu XM, Azam MA, Shebib AR, Johnson RA, et al. Arginase promotes endothelial dysfunction and hypertension in obese rats. Obesity (Silver Spring). 2015; 23(2):383-90.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Leite materno pode reduzir chance de câncer em mãe e bebê



Amamentação diminui em até 19% o risco de leucemia infantil e previne o câncer de mama. O leite materno garante, não apenas a saúde do bebê, mas também a da mãe. Além de criar intimidade e construir elos entre os dois, a amamentação possui, ainda, todos os nutrientes de que a criança precisa para se desenvolver bem nos primeiros seis meses de vida. Protege contra infecções e reduz o risco de desenvolver doenças mais graves, como é o caso da leucemia, com estimativa de 11.370 novos casos por ano, segundo os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) – 2014. A leucemia linfoide aguda é o tipo mais comum em crianças. “É uma doença maligna dos leucócitos (glóbulos brancos), caracterizada pela proliferação anormal destas células na medula óssea, ocasionando produção insuficiente de células sanguíneas maduras normais. Mas podem ocorrer casos de leucemia mielóide aguda, que acomete tanto adultos (80%), como crianças (15-20%)”, De acordo com dados da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), a taxa de sobrevida em cinco anos para a leucemia linfóide aguda (LLA), em crianças, tem aumentado ao longo do tempo, chegando a 80% dos casos. Já a mielóide aguda (LMA) aumentou para 50% a 70% dos casos. O diagnóstico é feito a partir de quadro clínico suspeito caracterizado por fadiga, cansaço, palpitações, sangramentos, febre associada à alteração do hemograma que evidencia anemia, plaquetopenia, neutropenia e presença de blastos circulantes, quando leucemia aguda. E pode ser confirmado com a coleta da medula óssea para estudo citomorfológico, imunofenotípico e citogenético. Benefício para as mães Já nas mães, a amamentação pode ajudar a prevenir o câncer de mama, que tem estimativas de 57.120 casos por ano, segundo dados do INCA (2014). Esse tipo de câncer é o mais comum entre as mulheres e representa 22% dos casos novos de câncer a cada ano. Relativamente raro antes dos 35 anos, sua incidência aumenta gradativamente com o envelhecimento, pois a cada ciclo menstrual a mulher fica exposta aos hormônios, e assim tem mais chances de desenvolver a doença. “Durante a amamentação, a mulher tem seu ciclo suprimido, devido a isso, quanto maior o tempo de amamentação, menos a chance de desenvolver o câncer, pois ela não sofre as ações dos hormônios”. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a cada ano de amamentação completa, o risco de a mulher desenvolver o câncer diminui de 3 a 4%. Mesmo assim, a prevenção ainda é o melhor meio de evitar qualquer tipo de câncer. “Evitar a obesidade, através de dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos e não ingerir bebidas alcoólicas são recomendações importantes na prevenção primária dessa doença”. O INCA ainda chama atenção para a importância do diagnóstico, pois apenas 1,8% dos casos são diagnosticados em mulheres entre 20 a 34 anos, e 10% em mulheres entre 35 a 44 anos. O autoexame também é uma forma de prevenção, porém não elimina a necessidade da consulta de rotina com o médico.

Fonte Dr. Amândio Soares - Oncologista e diretor da Oncomed - Centro de Prevenção e Tratamento de Doenças Neoplásicas.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Deficiência de vitamina D está relacionada à síndrome metabólica


Um estudo conduzido por pesquisadores iranianos demonstrou que a concentração sérica de vitamina D foi notavelmente menor em indivíduos com síndrome metabólica (SM) em comparação com indivíduos sem SM.
Com o objetivo de identificar a relação entre ingestão diária de vitamina D, níveis séricos de 25(OH)D e prevalência de SM, Ghanei e colaboradores compararam variáveis plasmáticas e nutricionais de 128 indivíduossaudáveis e 122 indivíduos com diagnóstico de SM.
Os resultados demonstraram que 98,4% dos pacientes do grupo SM e 88,3% dos indivíduos saudáveis apresentaram deficiência de vitamina D (25(OH)D<20ng a="" diferen="" esta="" estatisticamente="" foi="" ml="" p="0,005).</p" que="" sendo="" significativa="">
Não apenas as baixas concentrações de vitamina D, mas também as de cálcio, fósforo e a baixa ingestão de cálcio foram preditores da SM. Ainda, as concentrações de 25(OH)D foram associadas de forma significativa com a circunferência da cintura (p = 0,001), níveis de HDL (colesterol de alta densidade) (p = 0,001) e triglicérides (p = 0,012).
Os autores concluíram que existe a associação ente vitamina D e SM, mas que as relações de causa e efeito precisam ser mais exploradas.
Referência(s)
Ghanei L, Ziaee A, Rostami P, Oveisi S, Esmailzadehha N, Kazemifar AM, et al. Association of serum 25-hydroxyvitamin d levels and vitamin d dietary intake with metabolic syndrome: a case control study. J Res Health Sci. 2015;15(1):32-6.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Controle de carga glicêmica é mais eficaz que contagem de carboidratos


Resultados de um estudo piloto publicado na revista Acta diabetologica demonstraram que o método de controle da carga glicêmica foi mais favorável na determinação de doses de insulina prandial com controle da glicemia em pacientes com diabetes tipo 1.
Para avaliar a eficácia do manejo glicêmico de pacientes diabéticos tipo 1 (DM1) por meio de controle da carga glicêmica (GLC) ou da contagem de carboidratos (CC), Bozzetto e colaboradores selecionaram 9 pacientes com DM1 e uso de bomba de insulina. Trata-se de um estudo cruzado, portanto os pacientes foram distribuídos aleatoriamente entre o método GLC e o método CC e acompanhados durante 1 semana. Posteriormente os pacientes trocaram de método e foram avaliados por mais 1 semana.
A média de idade dos pacientes era de 37 anos, IMC (índice de massa corporal) médio de 27 kg/m² e níveis sanguíneos de hemoglobina glicada de 7,7 ± 0,8%. Ao longo das duas semanas em que os pacientes foram acompanhados, foi realizada a monitorização contínua e as cegas da glicemia, além de coleta de registro alimentar de 7 dias.
As doses diárias de insulina não foram diferentes entre os métodos GLC e CC. Entretanto, as doses de insulina pré-refeição no café da manhã foram significativamente menores durante o GLC do que o período de CC, mas semelhante ao almoço e jantar. A resposta glicêmica pós-prandial foi mais adequada durante o método GLC em relação ao CC.
Referência(s)
Bozzetto L, Giorgini M, Alderisio A, Costagliola L, Giacco A, Riccardi G, et al. Glycaemic load versus carbohydrate counting for insulin bolus calculation in patients with type 1 diabetes on insulin pump. Acta Diabetol. 2015 [Epub ahead of print]

segunda-feira, 13 de julho de 2015

HIDRATAÇÃO PARA A SAÚDE E BEM ESTAR


Qualquer hora é um bom momento para pensar na hidratação, mas há situações específicas em que ela é fundamental. O desempenho do trabalho físico, geralmente fica prejudicado quando a desidratação ultrapassa 1% a 3% do peso corporal, cerca de 500 ml a 2 litros, pode fazer a pessoa sentir-se menos alerta, menos capaz de concentrar-se e mais cansada.

CONFIRA ALGUMAS SITUAÇÕES CRÍTICAS PARA CONSIDERAR A HIDRATAÇÃO

- Estudando - o desempenho em tarefas mentais pode ser influenciada negativamente pelo calor e pela desidratação. Crianças e adolescentes podem correr maior risco de prejuízo da função cognitiva devido à hidratação insuficiente.

- Dirigindo e durante o vôo - a desidratação pode causar dores de cabeça, cansaço e perda da concentração, afetando a agilidade mental. Dirigir um carro com a temperatura interna alta pode levar à transpiração, com grandes perdas de água e sais minerais ou eletrólitos. Mesmo em um carro com ar condicionado, em uma viagem longa, as perdas de água pode ser elevadas. Consumir bebidas não alcoólicas com mais frequência durante uma viagem longa de automóvel pode ajudar a reduzir o cansaço da estrada. O ar dentro de aviões durante o vôo tende a ter a umidade muito baixa, cerca de 15%. A baixa umidade aumenta a desidratação pela perda de água através da pele. Assim, da próxima vez que você estiver em um vôo longo, lembre-se de beber muito líquido.

Exercitando-se - a desidratação pode afetar negativamente o desempenho no exercício aeróbio, especialmente em climas moderados ou quentes, e pode prejudicar potencialmente o desempenho mental e cognitivo. A magnitude da queda do desempenho no exercício está relacionada à quantidade de estresse pelo calor e ao tipo de exercício, além das características biológicas individuais.

- Trabalhando - muitos fatores como aumento da carga de trabalho, estresse, longos deslocamentos, ar seco devido ao ar condicionado e ambientes quentes podem afetar o funcionamento normal do corpo e aumentar a perda de água, mesmo quando não estamos visivelmente transpirando. A hidratação é tão importante para o trabalhador de um escritório quanto para o trabalhador braçal. Em um escritório com ar condicionado, a atmosfera tem um baixo teor de água resultando em maiores perdas de água pelos pulmões e através da pele.

HIPER-HIDRATAÇÃO
Apesar de rara, a hiper hidratação pode ocorrer durante longos períodos de exercício, quando eletrólitos perdidos através do suor não são substituídos e quantidades excessivas de água são consumidas. A hiper hidratação pode levar a desiquilíbrios potencialmente perigosos de eletrólitos, incluindo hiponatremia, uma doença em que o nível de sódio no sangue se torna muito baixo.

GRUPOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS

Idosos - com a idade, o corpo perde a capacidade de detectar a sede. Alguns idosos também sofrem de memória fraca, imobilidade ou doenças, e alguns medicamentos também podem interferir no estado de hidratação e/ou no mecanismo da seda.

Crianças - ser fisicamente ativo pode aumentar significativamente a quantidade de líquidos que as crianças precisam consumir. Os responsáveis precisam estar atentos quanto à ingestão de líquidos e programar pausas regulares para o consumo de bebidas quando as crianças estiverem brincando ao ar livre, especialmente em clima quente. Bebês também estão em maior risco em climas quentes.

Mulheres - em geral, têm menores taxas de suor do que os homens. Isto coloca as mulheres atletas em maior risco de hiper-hidratação.

Fonte: Institute of Medicine (IOM)

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Dieta mediterrânea pode melhorar o humor a curto prazo




Pesquisadores australianos observaram que mulheres jovens que aderiram a dieta mediterrânea apresentaram após 10 dias elevação no contentamento e no estado de alerta, redução da confusão mental e na pressão arterial, além de uma melhora significativa de aspectos cognitivos.

Trata-se de um estudo cruzado, no qual 24 mulheres saudáveis foram alocadas aleatoriamente para seguir um plano de alimentação de estilo mediterrâneo (MedDi), ou para continuar com sua dieta normal, sem mudança (ND) durante 10 dias. Após os primeiros 10 dias, as participantes foram trocadas de grupo em uma forma de contrapeso (as mulheres do grupo MedDi passaram a ser do grupo ND, e as mulheres do grupo ND passaram a seguir a dieta mediterrânea). As voluntárias do grupo MedDi receberam um plano alimentar e diários alimentares para documentar sua ingestão alimentar ao longo do estudo. As do grupo ND foram instruídas a continuar a sua alimentação, como de costume, e também documentaram sua dieta no diário alimentar.

Os pesquisadores utilizaram um sistema computadorizado de avaliação de desempenho mental, que avaliou vários domínios cognitivos, incluindo atenção, memória imediata, memória a longo prazo e funcionamento executivo.

A dieta exerceu um efeito significativo no peso. As participantes na condição MedDi tiveram uma média de redução de peso de 1,77 kg (DP = 1,55), com um aumento de 0,11 kg (DP = 1,60) na condição ND. No entanto, a alteração no IMC não foi significativa. 

Os testes psicológicos aplicados demonstraram que o contentamento e estado de alerta foram aumentados e a confusão mental foi reduzida, na condição MedDi em comparação com a ND. Houve também um efeito significativo da dieta mediterrânea na memória imediata e a longo prazo, além de uma redução da pressão arterial, com relação à condição ND.

“O presente estudo indica que a mudança de curto prazo para a dieta mediterrânea pode melhorar os aspectos de humor e saúde cardiovascular em mulheres jovens e saudáveis”, concluem os autores. “Em função desses resultados, futuras pesquisas serão necessárias para avaliar melhor os benefícios psicológicos de seguir essa dieta, incluindo a avaliação cognitiva global, em populações saudáveis e enfermas”, afirmam.



Referência(s)

Lee J, Pase M, Pipingas A, Raubenheimer J, Thurgood M, Villalon L. Switching to a 10-day Mediterranean-style diet improves mood and cardiovascular function in a controlled crossover study. 
Nutrition. 2015;31(5):647-52

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Ingestão nutricional de produtos lácteos e intolerância à lactose



Uma alimentação nutricionalmente adequada é essencial para promover saúde, qualidade de vida e reduzir o risco de diversas doenças crônicas. Grande parcela da população apresenta um consumo insuficiente de alguns nutrientes. Os Dietary Guidelines for Americans (DGA) são publicados com o intuito de orientar o público sobre como melhorar a ingestão de nutrientes tanto na forma qualitativa como quantitativa.
O consumo de cálcio é um marcador de adequação da dieta já que alimentos lácteos, além de serem fonte rica de cálcio, são também fontes de muitos outros nutrientes, tais como: potássio, vitamina B12, riboflavina, magnésio, fósforo, e proteina. Portanto, uma dieta baixa em produtos lácteos poderá consequentemente ser uma dieta pobre em nutrientes.
A ligação entre a ingestão de cálcio e a saúde dos ossos já é bem conhecida. Além desses benefícios o cálcio atua também na diminuição da pressão sanguínea, na redução do risco de pré-eclâmpsia, no aumento da velocidade de perda de peso em dietas de baixo teor calórico e na redução do risco da síndrome metabólica. Entretanto, a baixa ingestão de cálcio está associada à intolerância ao leite. Nessa situação o que poderia ser feito?
A ausência da hidrólise adequada da lactose permite que este açúcar chegue ao intestino distal na forma intacta, sendo fermentado pelas bactérias com consequente aumento na produção de gases levando ao aparecimento de possíveis sintomas como: câimbras, distensão abdominal, flatulência e diarreia. O baixo nível de atividade da lactase nos adultos é chamado lactase nonpersistence e a ausência da hidrólise é chamada de má-digestão da lactose. Condições sintomáticas apresentadas nesse processo recebem a denominação de intolerância à lactose. A principal consequência para a saúde por ausência ou baixo consumo de produtos lácteos é a redução da densidade óssea e aumento do risco de fratura. O desafio do profissional de saúde é conseguir que indivíduos intolerantes aumentem o consumo de produtos lácteos.
A má-digestão de lactose pode ser melhorada por meio da utilização de probióticos por favorecerema colonização do intestino com microrganismos que quebram a lactose. Iogurtes e queijos duros também pode ser utilizados devido á baixa quantidade de lactose. O aumento gradativo da ingestão de leites também deve ser incentivado para favorecer o desenvolvimento de uma microbiota intestinal que contenha sua própria lactase.
Referência: Heany RP. Dairy intake, Dietary Adequacy and Lactose Intolerance. ADV NUTR. 2013.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Efeitos do consumo moderado de cerveja após treino


Olá pessoal, hoje gostaria de compartilhar com vocês a publicação deste recentíssimo estudo científico, deste renomado jornal de nutrição esportiva, sobre o consumo moderado de cerveja após exercícios em indivíduos do sexo masculino saudáveis.
O estudo retrata que consumir até 660mL de cerveja, após os exercícios não traz efeitos negativos à saúde. Segue a tradução da conclusão, pois o estudo é em Inglês: “As observações sugeridas neste estudo é que após a prática de exercícios no calor, as subsequentes perdas de água e a ingestão aguda de uma quantidade moderada de cerveja (até 660 ml) não apresentaram efeitos negativos sobre os marcadores de hidratação nem sobre os indicadores de estresse fisiológico no período de recuperação de indivíduos jovens saudáveis fisicamente ativos do sexo masculino. No entanto, a ingestão alcoólica elevada não deve ser recomendada devido às consequências negativas à saúde”.
Partindo deste pré suposto, o consumo moderado, de indivíduos saudáveis, de cerveja após os exercícios, como uma partida de futebol não comprometerá nos processos fisiológicos da reidratação. Mas minha dica é que após os exercícios o consumo de água e bebidas que contenham açúcar são importantes para uma melhora na resposta fisiológica frente a reidratação.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Psyllium e Qualidade de Vida


As fibras dietéticas parecem contribuir tanto na prevenção quanto no tratamento do diabetes melito tipo 2 (DMT2). Em estudos epidemiológicos a ingestão de fibras insolúveis, e não de fibras solúveis, tem sido inversamente associada à incidência do DMT2. Por outro lado, em estudos pós-prandiais, refeições contendo quantidades suficientes de β-glucano, psyllium, ou goma-guar diminuíram as respostas da insulina e da glicose, tanto em indivíduos saudáveis
como em pacientes com DMT2.
Dietas enriquecidas com quantidade suficiente de fibras solúveis também parecem melhorar o controle glicêmico de uma forma geral no DMT2.
As fibras insolúveis têm pouco efeito sobre as respostas pós-prandiais de insulina e glicose. As fibras da dieta aumentam a saciedade. Em alguns estudos, as fibras solúveis têm se associado com um menor aumento de peso corporal ao longo do tempo. Evidências limitadas, a partir de estudos transversais, sugerem uma associação inversa entre o consumo de fibras dos cereais e de grãos integrais e a prevalência de síndrome metabólica. Apesar da escassez de dados sobre estudos de mais longo prazo que foquem especificamente em fibras dietéticas, seguir a recomendação atual de 25 g de fibras ao dia, a partir de uma dieta rica em grãos integrais, frutas e legumes, provavelmente diminuirá o risco para a obesidade, síndrome metabólica e DMT2.
Uma alternativa que corrobora para esta afirmação é a introdução deste poderoso alimento, o psyllium, nome científico é Plantago psyllium, é uma planta nativa da Índia e é famosa por causa das suas propriedades medicinais. Seu nome vem da palavra grega “psylla”, que significa “pulga” porque as suas sementes são pequenas como esse inseto.
Atualmente, sua indicação também serve para quem pretende emagrecer, já que é rico em fibra solúvel, a qual apresenta um papel sacietogênico.
O emagrecimento não é atingido apenas tomando um composto milagroso que queima a gordura é necessário consumir menos calorias ao diminuir sua ingestão de alimentos e aumentar seus exercícios físicos. Entretanto, algumas mudanças alimentares, como aumentar a ingestão de fibras, podem ajudar a manter a fome longe e prevenir que você coma demais quando está tentando emagrecer. Fome esta, que geralmente faz com que as pessoas aumentem sua ingestão alimentar, o que leva ao ganho de peso com o tempo. Adicionando o Psyllium junto às refeições, ela agirá se solubilizando com a água e formando um composto similar a um gel, com isso levando ao aumento no volume alimentar. Isso significa que seu trato digestório se sentirá “mais cheio”, aumentando a saciedade.
Por serem ricas em fibras, as sementes de psyllium agem quase como um laxativo, auxiliando na melhora da função intestinal.
Adicionar 1 colher (sobremesa) de psyllium ao seu shake ou acrescenta lo em uma receita como bolo ou pão, pode contribuir para todo este aspecto sacietogênico, além de contribuir para redução dos níveis de colesterol e glicose.
Fonte: V. D. de Mello1, D. E. Laaksonen, Dietary fibers: current trends and health benefits in the metabolic syndrome and type 2 diabetes. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53/5

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Junk Food pode contribuir para alergias e doenças intestinais



“Junk Food” é a expressão utilizada para definir os alimentos com alto valor calórico, mas com níveis reduzidos de nutrientes. Em uma tradução literal do inglês significa “comida lixo”. Este tipo de alimento em grande maioria rico em gorduras, açúcares e sódio, deixa a desejar em proteínas, fibras, vitaminas e minerais.
Segundo publicação no The Money Times, pesquisadores relatam que o consumo de Junk Food pode favorecer o aumento de alergias e patologias intestinais. Para eles é possível comprovar que uma dieta rica em açúcares, gorduras e de alta densidade calórica, é capaz de diminuir o número de bactérias benéficas no intestino humano, o que consequentemente pode influenciar negativamente na digestão dos alimentos e favorecer o aparecimento de patologias intestinais.
O estudo foi realizado com crianças saudáveis de uma aldeia da África ocidental e com crianças italianas. O diferencial entre os grupos participantes do estudo foi a composição da alimentação habitual de cada um. Os africanos apresentavam uma alimentação rica em fibras e com baixo teor de gorduras. Valorizavam o consumo de verduras, cereais, feijões e nozes. Já a alimentação dos italianos era pobre em fibras, rica em açúcar, amido, gordura e proteína animal, típica de uma dieta ocidental.
As diferenças observadas pelos pesquisadores foram claras. As crianças africanas possuíam maior proporção de bactérias benéficas para a saúde intestinal quando comparadas às crianças europeias. A presença deste tipo de bactéria favorece a formação de ácidos graxos que são substrato energético para células intestinais, além de ajudar a proteger o intestino contra alergias e doenças inflamatórias.
Para Duccio Cavalieri, microbiologista da Universidade de Florença, na Itália, este estudo só intensifica a necessidade de oferecermos para a população, uma alimentação saudável e nutritiva desde a infância, para assim garantirmos uma boa saúde e qualidade de vida. Para ele, a presença das fibras é fundamental neste processo!
Fonte: The Money Times.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Estudo indica que pressão alta é um dos fatores de risco para a fibrilação atrial e morte súbita

1) O que é Fibrilação Atrial? 
A Fibrilação Atrial é uma das arritmias cardíacas mais prevalentes, caracterizada pelo ritmo de batimento rápido e irregular dos átrios (câmaras superiores do coração), que afeta 2,5% da população mundial (aproximadamente 175 milhões de pessoas), sendo que 10% desse total pertence ao grupo acima dos 75 anos de idade. O Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, é umas das consequências da Fibrilação Atrial.
Um estudo do European Society of Cardiology apontou que a hipertensão pode ser consequência de uma hipertrofia ventricular esquerda do coração, causando alterações morfológicas e funcionais, que pode resultar em complicações, como isquemia miocárdica, isquemia ventricular esquerda, disfunção e instabilidade eléctrica nas funções cardíacas. O estudo destaca ainda que a Fibrilação Atrial é uma das mais frequentes arritmias supraventriculares em pacientes hipertensos. É preciso implementar uma política de conscientização para a prevenção da hipertensão, o que ajudaria a diminuir casos de doenças cardiovasculares, inclusive de arritmias cardíacas. É importante da realização de um eletrocardiograma para detectar o ritmo subjacente de arritmias supraventriculares como ventriculares, já que é um exame que consegue revelar os ritmos que não se manifestam claramente no diagnóstico e exames clínicos. A presença e a complexidade, tanto de arritmias supraventriculares como ventriculares, resultaram em casos de morbidade, mortalidade e queda na qualidade de vida de pacientes hipertensos, por isso, a prevenção é extremamente importante
2) O que é a Hipertensão Arterial?
Hipertensão ou pressão alta é um importante problema de saúde pública devido à sua alta prevalência e complicações, sendo caracterizado pelo aumento da pressão do sangue contra a parede das artérias. A doença não tem cura, mas pode ser tratada, evitando complicações.
A hipertensão é uma doença silenciosa, que geralmente não apresenta nenhum sintoma, mas o paciente deve ficar atento aos sinais, como dor de cabeça e/ou dor na nuca, zumbido no ouvido, sangramento no nariz, dor no peito, fraqueza e tontura e visão embaçada.
Os principais fatores de risco para a hipertensão arterial são obesidade, fumo, estresse, diabetes, consumo de bebidas alcoólicas, colesterol alto, gravidez, má alimentação e consumo exagerado de sal. Para prevenir e controlar a pressão alta é preciso manter o peso ideal, praticar atividades físicas, ter hábitos saudáveis e verificar a pressão pelo menos uma vez ao ano. Quem já é hipertenso precisa manter a pressão sob controle e realizar exames periódicos com um cardiologista. A doença não tem cura, mas pode e deve ser tratada para que não ocorram complicações
3) O que são as Arritmias Cardíacas?
As arritmias cardíacas são alterações no ritmo cardíaco que na maioria das vezes acontecem de forma inesperada. Na maioria das pessoas os batimentos cardíacos giram em torno de 60 a 80 por minuto, com variações nas situações de repouso ou esforço físico. Alterações nesse funcionamento podem fazer com que o coração bata em ritmo acelerado (taquicardia) ou lento demais (bradicardia). Elas podem originar na parte superior (átrios ou supraventriculares) ou inferior do coração (ventrículos). Dentre as arritmias supraventriculares destacam-se as extra-sístoles atriais; taquicardia atrial, flutter e fibrilação atrial. Muitas arritmias cardíacas são benignas e não causam sintomas, porém outras podem provocar sensação de palpitações, desmaios e risco de morte.

Autor
Dr. Bruno Valdigem
Doutor em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina, tem título de especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Habilitado pelo departamento de estimulação cardíaca artificial da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) e membro atuante na Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC).
Algumas recomendações importantes
Apontada por especialistas como modelo mais saudável, DASH ajuda a controlar a hipertensão, Uma dieta que não proíbe, apenas sugere a redução do consumo de alguns tipos de alimentos; boa para diminuir problemas de hipertensão e colesterol - quando associada ao controle de calorias e exercícios físicos; e capaz de eliminar alguns “quilinhos”. Esqueça fórmulas milagrosas. Estamos falando da DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), considerada por médicos e nutricionistas ouvidos pela revista norte-americana U.S. News a dieta mais saudável do mundo.Para garantir o título e alcançar os benefícios prometidos, a DASH prega o consumo de frutas, hortaliças (verduras e legumes), carnes e laticínios com baixos teores de gordura. E ainda: não exclui qualquer grupo alimentar do cardápio. Um diferencial, de acordo com a nutricionista Vivian Elizabeth Lia, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Outra característica da DASH é sua “finalidade”. “A DASH surgiu de um estudo realizado por cientistas norte-americanos com o apoio do National Heart, Lung and Blood Institute, que avaliou o seu efeito sobre a pressão arterial de indivíduos hipertensos”, explica Vivian. O emagrecimento é só mais uma consequência quando o modelo é associado à redução calórica e atividade física. Reduzir os problemas provocados pela hipertensão arterial é o principal objetivo da DASH. Ao controlar o consumo de calorias, “melhorar” o padrão alimentar e mudar o estilo de vida, o indivíduo passa a ter maior sensibilidade à insulina. “Em indivíduos hipertensos existe uma maior prevalência de resistência à insulina. A DASH é repleta de nutrientes associados à melhora da sensibilidade, como o magnésio, cálcio e proteínas.”
Mandamentos da DASH:
- Comer muitas frutas e hortaliças – aproximadamente de oito a dez porções por dia (uma porção é igual a uma concha média)
- Incluir duas ou três porções de laticínios desnatados ou semidesnatados por dia
- Dar preferência aos alimentos integrais, como pão, cereais e massas integrais ou de trigo integral
- Escolher alimentos com pouca gordura saturada, colesterol e gordura total. Por exemplo, carne magra, aves e peixes
- Comer oleaginosas (castanhas, nozes etc), sementes e grãos de quatro a cinco porções por semana (uma porção é igual a 1/3 de xícara ou 40g de castanhas, duas colheres de sopa ou 14g de sementes ou ½ xícara de feijões ou ervilhas cozidas e secas)
- Reduzir gorduras, utilizar óleos vegetais insaturados (como o azeite, soja, milho e canola)
- Evitar a adição de sal aos alimentos. Evitar produtos industrializados com alto teor de sal