Inúmeros estudos têm demonstrado que os atletas treinados usam mais gordura do que os não treinados durante uma tarefa padronizada de exercício. Por exemplo, numa corrida de 12,8 Km por minuto, depois de um treinamento de longa duração de dois meses, você usaria a mesma quantidade de energia calórica que teria usado na corrida realizada antes do treinamento. Entretanto, depois do treinamento, grande parte dessa energia seria derivada da gordura. Consequentemente, o treinamento ajuda você a melhorar sua oxidação (queima) de gordura, o que pode ajudar na economia de glicogênio muscular. Embora nem todos os mecanismos tenham sido identificados, vários fatores podem estar envolvidos. Uma pesquisa revela que o treinamento físico aumenta a sensibilidade das células adiposas à adrenalina, possivelmente aumentando a atividade de enzimas responsáveis pela "queima" de gordura como a Lipase Hormônio Sensível - LHS (enzima das células adiposas) para facilitar a liberação de AGL (ácidos graxos livres) no sangue durante o exercício. O treinamento também aumenta o conteúdo de triglicerídeos musculares – possivelmente devido ao aumento da sensibilidade à insulina – o que regula o movimento do AGL em direção às células. Além disso, o indivíduo treinado pode usar os corpos cetônicos como fonte de energia eficaz. O treinamento físico também leva à melhora das funções enzimáticas e outras alterações nas células musculares, como a melhora da atividade da carnitina (aminoácido responsável pelo transporte de gordura para sua oxidação). Essas alterações tornam as células musculares mais eficientes na absorção de AGL séricos (sangüíneos) e no processamento de ácidos graxos provenientes tanto dos triglicerídeos musculares quanto dos AGL séricos para a produção de ATP. Segundo pesquisadores, o aumento do conteúdo e do uso de triglicerídeos musculares pode ser o mecanismo básico para melhorar a capacidade do músculo oxidar os ácidos graxos durante o exercício. O aumento da utilização de gordura durante o exercício é um dos principais efeitos do treinamento sentidos pelo atleta de endurance. Embora durante o exercício de alta intensidade o carboidrato seja a fonte de energia mais importante, pesquisadores observaram que atletas de endurance altamente treinados podem ser capazes de utilizar gorduras de maneira mais eficiente em exercício de níveis de intensidade superiores a 50% do VO2 máx. Numa revisão recente, Pandergast et al, concluíram que a gordura, sobretudo a intramuscular, tem um papel importante no metabolismo em intensidade de exercício acima de 80% do VO2 máx. em atletas de endurance. Com relação a isso, constatou se que alguns corredores altamente treinados podiam obter 75% de sua energia da gordura mesmo quando estivessem correndo a cerca de 70% do seu VO2 máx. A capacidade de obter uma proporção substancial das exigências energéticas do exercício intenso a partir de ácidos graxos é extremamente importante para atletas como os maratonistas, que assim conseguem economizar uma parte do glicogênio muscular para utilização em estágios finais da corrida. A mistura de ácidos graxos e glicogênio para a produção de energia faz com que eles consigam manter o ritmo, enquanto a depleção total do glicogênio muscular e a subsequente dependência dos ácidos graxos como única fonte de energia força – os a diminuir o ritmo. Por isso, é importante para o atleta de endurance tornar – se um melhor “queimador de gordura”. Agora, você que faz seus exercícios regularmente e não é um atleta de endurance e tem como principal objetivo “queimar as gordurinhas localizadas”, pratique exercícios de baixa intensidade e de longa duração (acima de 30 minutos) como andar de bicicleta, caminhar, subir e descer escada (step), procurando controlar sua freqüência cardíaca até 120 batimentos por minuto. E não se esqueça de realizar o controle alimentar, dando preferência a alimentos pobres em gorduras e calorias, como verduras, legumes, frutas, cereais integrais, leite e queijos magros, assim como carnes brancas e vermelhas pobres em gordura.
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