A lipodistrofia ginóide, também denominada paniculopatia edematofibroesclerótica, ou fibroedema gelóide, é vulgar e erroneamente conhecida como celulite. O termo celulite é totalmente impróprio para designar essa afecção, uma vez que a terminação ite faz alusão a condições inflamatórias e/ou infecciosas, quando na realidade trata - se de um infiltrado edematoso, não inflamatório no tecido celular subcutâneo. A mesma desinformação tem levado ao aparecimento de promessas terapêuticas "milagrosas", sem resultados eficazes, pondo também em risco a saúde de quem se submete a elas, não levando em consideração os fundamentos fisiopatológicos dessa disfunção. Condição clínica predominante em mulheres, não necessariamente associada à obesidade, tratando - se de uma afecção que promove alterações estéticas e sintomatologia própria. Causa de grande angústia, comprometendo o equilíbrio emocional e a auto - estima de seu portador, frente ao aspecto pouco agradável que seu corpo adquire, promovendo profunda modificação na estrutura histológica da pele, por dificuldade de aporte nutricional, com agravamento progressivo e tendência à cronicidade. Entre as principais características histológicas encontradas, observa - se um infiltrado edematoso, não inflamatório, acometendo o tecido conectivo subcutâneo, acompanhado de alterações na microcirculação conectiva que conduz evolutivamente para esclerose, que finalmente compromete o tecido adiposo, conferindo à pele, no estágio mais avançado, o inestético aspecto de "casca de laranja". Diversos são os fatores computados como causadores dessa disfunção, passando inclusive por uma condição antropológica, metabólica, hormonal e outras, sendo necessário ter em mente esse caráter multifatorial na sua etiologia, para que possamos ter sucesso terapêutico.
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