sexta-feira, 29 de maio de 2015

Junk Food pode contribuir para alergias e doenças intestinais



“Junk Food” é a expressão utilizada para definir os alimentos com alto valor calórico, mas com níveis reduzidos de nutrientes. Em uma tradução literal do inglês significa “comida lixo”. Este tipo de alimento em grande maioria rico em gorduras, açúcares e sódio, deixa a desejar em proteínas, fibras, vitaminas e minerais.
Segundo publicação no The Money Times, pesquisadores relatam que o consumo de Junk Food pode favorecer o aumento de alergias e patologias intestinais. Para eles é possível comprovar que uma dieta rica em açúcares, gorduras e de alta densidade calórica, é capaz de diminuir o número de bactérias benéficas no intestino humano, o que consequentemente pode influenciar negativamente na digestão dos alimentos e favorecer o aparecimento de patologias intestinais.
O estudo foi realizado com crianças saudáveis de uma aldeia da África ocidental e com crianças italianas. O diferencial entre os grupos participantes do estudo foi a composição da alimentação habitual de cada um. Os africanos apresentavam uma alimentação rica em fibras e com baixo teor de gorduras. Valorizavam o consumo de verduras, cereais, feijões e nozes. Já a alimentação dos italianos era pobre em fibras, rica em açúcar, amido, gordura e proteína animal, típica de uma dieta ocidental.
As diferenças observadas pelos pesquisadores foram claras. As crianças africanas possuíam maior proporção de bactérias benéficas para a saúde intestinal quando comparadas às crianças europeias. A presença deste tipo de bactéria favorece a formação de ácidos graxos que são substrato energético para células intestinais, além de ajudar a proteger o intestino contra alergias e doenças inflamatórias.
Para Duccio Cavalieri, microbiologista da Universidade de Florença, na Itália, este estudo só intensifica a necessidade de oferecermos para a população, uma alimentação saudável e nutritiva desde a infância, para assim garantirmos uma boa saúde e qualidade de vida. Para ele, a presença das fibras é fundamental neste processo!
Fonte: The Money Times.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Estudo indica que pressão alta é um dos fatores de risco para a fibrilação atrial e morte súbita

1) O que é Fibrilação Atrial? 
A Fibrilação Atrial é uma das arritmias cardíacas mais prevalentes, caracterizada pelo ritmo de batimento rápido e irregular dos átrios (câmaras superiores do coração), que afeta 2,5% da população mundial (aproximadamente 175 milhões de pessoas), sendo que 10% desse total pertence ao grupo acima dos 75 anos de idade. O Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, é umas das consequências da Fibrilação Atrial.
Um estudo do European Society of Cardiology apontou que a hipertensão pode ser consequência de uma hipertrofia ventricular esquerda do coração, causando alterações morfológicas e funcionais, que pode resultar em complicações, como isquemia miocárdica, isquemia ventricular esquerda, disfunção e instabilidade eléctrica nas funções cardíacas. O estudo destaca ainda que a Fibrilação Atrial é uma das mais frequentes arritmias supraventriculares em pacientes hipertensos. É preciso implementar uma política de conscientização para a prevenção da hipertensão, o que ajudaria a diminuir casos de doenças cardiovasculares, inclusive de arritmias cardíacas. É importante da realização de um eletrocardiograma para detectar o ritmo subjacente de arritmias supraventriculares como ventriculares, já que é um exame que consegue revelar os ritmos que não se manifestam claramente no diagnóstico e exames clínicos. A presença e a complexidade, tanto de arritmias supraventriculares como ventriculares, resultaram em casos de morbidade, mortalidade e queda na qualidade de vida de pacientes hipertensos, por isso, a prevenção é extremamente importante
2) O que é a Hipertensão Arterial?
Hipertensão ou pressão alta é um importante problema de saúde pública devido à sua alta prevalência e complicações, sendo caracterizado pelo aumento da pressão do sangue contra a parede das artérias. A doença não tem cura, mas pode ser tratada, evitando complicações.
A hipertensão é uma doença silenciosa, que geralmente não apresenta nenhum sintoma, mas o paciente deve ficar atento aos sinais, como dor de cabeça e/ou dor na nuca, zumbido no ouvido, sangramento no nariz, dor no peito, fraqueza e tontura e visão embaçada.
Os principais fatores de risco para a hipertensão arterial são obesidade, fumo, estresse, diabetes, consumo de bebidas alcoólicas, colesterol alto, gravidez, má alimentação e consumo exagerado de sal. Para prevenir e controlar a pressão alta é preciso manter o peso ideal, praticar atividades físicas, ter hábitos saudáveis e verificar a pressão pelo menos uma vez ao ano. Quem já é hipertenso precisa manter a pressão sob controle e realizar exames periódicos com um cardiologista. A doença não tem cura, mas pode e deve ser tratada para que não ocorram complicações
3) O que são as Arritmias Cardíacas?
As arritmias cardíacas são alterações no ritmo cardíaco que na maioria das vezes acontecem de forma inesperada. Na maioria das pessoas os batimentos cardíacos giram em torno de 60 a 80 por minuto, com variações nas situações de repouso ou esforço físico. Alterações nesse funcionamento podem fazer com que o coração bata em ritmo acelerado (taquicardia) ou lento demais (bradicardia). Elas podem originar na parte superior (átrios ou supraventriculares) ou inferior do coração (ventrículos). Dentre as arritmias supraventriculares destacam-se as extra-sístoles atriais; taquicardia atrial, flutter e fibrilação atrial. Muitas arritmias cardíacas são benignas e não causam sintomas, porém outras podem provocar sensação de palpitações, desmaios e risco de morte.

Autor
Dr. Bruno Valdigem
Doutor em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina, tem título de especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Habilitado pelo departamento de estimulação cardíaca artificial da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) e membro atuante na Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC).
Algumas recomendações importantes
Apontada por especialistas como modelo mais saudável, DASH ajuda a controlar a hipertensão, Uma dieta que não proíbe, apenas sugere a redução do consumo de alguns tipos de alimentos; boa para diminuir problemas de hipertensão e colesterol - quando associada ao controle de calorias e exercícios físicos; e capaz de eliminar alguns “quilinhos”. Esqueça fórmulas milagrosas. Estamos falando da DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), considerada por médicos e nutricionistas ouvidos pela revista norte-americana U.S. News a dieta mais saudável do mundo.Para garantir o título e alcançar os benefícios prometidos, a DASH prega o consumo de frutas, hortaliças (verduras e legumes), carnes e laticínios com baixos teores de gordura. E ainda: não exclui qualquer grupo alimentar do cardápio. Um diferencial, de acordo com a nutricionista Vivian Elizabeth Lia, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Outra característica da DASH é sua “finalidade”. “A DASH surgiu de um estudo realizado por cientistas norte-americanos com o apoio do National Heart, Lung and Blood Institute, que avaliou o seu efeito sobre a pressão arterial de indivíduos hipertensos”, explica Vivian. O emagrecimento é só mais uma consequência quando o modelo é associado à redução calórica e atividade física. Reduzir os problemas provocados pela hipertensão arterial é o principal objetivo da DASH. Ao controlar o consumo de calorias, “melhorar” o padrão alimentar e mudar o estilo de vida, o indivíduo passa a ter maior sensibilidade à insulina. “Em indivíduos hipertensos existe uma maior prevalência de resistência à insulina. A DASH é repleta de nutrientes associados à melhora da sensibilidade, como o magnésio, cálcio e proteínas.”
Mandamentos da DASH:
- Comer muitas frutas e hortaliças – aproximadamente de oito a dez porções por dia (uma porção é igual a uma concha média)
- Incluir duas ou três porções de laticínios desnatados ou semidesnatados por dia
- Dar preferência aos alimentos integrais, como pão, cereais e massas integrais ou de trigo integral
- Escolher alimentos com pouca gordura saturada, colesterol e gordura total. Por exemplo, carne magra, aves e peixes
- Comer oleaginosas (castanhas, nozes etc), sementes e grãos de quatro a cinco porções por semana (uma porção é igual a 1/3 de xícara ou 40g de castanhas, duas colheres de sopa ou 14g de sementes ou ½ xícara de feijões ou ervilhas cozidas e secas)
- Reduzir gorduras, utilizar óleos vegetais insaturados (como o azeite, soja, milho e canola)
- Evitar a adição de sal aos alimentos. Evitar produtos industrializados com alto teor de sal

Panqueca de Batata Doce


- 2 colheres de sopa de batata doce já cozida (de preferência amassada)
- 1 ovo inteiro
- 1 clara
- 1 colher (sopa) tapioca
- Sal rosa à gosto
Bate tudo no mixer.
O recheio pode variar de acordo com a sua preferência, pode ser frango desfiado, peito de peru defumado com queijo fresco e tomate ou até mesmo com algum legume ou verdura de sua preferência. Basta só usar a criatividade.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Dieta para hipertensos. O que reduz a pressão arterial?



Hipertensos com excesso de peso devem participar de programas de emagrecimento com restrição de ingestão calórica e aumento de atividade física. O objetivo é alcançar Índice de Massa Corporal inferior a 25kg/m² e circunferência da cintura inferior a 102cm para homens e 88cm para mulheres.
- Uma redução de 5% a 10% do peso corporal inicial já é suficiente para reduzir a pressão arterial.
- Os alimentos ricos em sódio e gorduras saturadas devem ser evitados, ao passo que os ricos em fibras e potássio são permitidos.
- A dieta preconizada pelo estudo DASH (Dietary Approachs to Stop Hypertension) mostrou benefícios no controle da pressão arterial, inclusive em pacientes hipertensos fazendo uso de anti-hipertensivos.
- A dieta DASH enfatiza o consumo de frutas, verduras, alimentos integrais, leite desnatado e derivados, quantidade reduzida de gorduras saturadas e de colesterol, maior quantidade de fibras, potássio, cálcio e magnésio. Esta dieta, associada à redução no consumo de sal, mostra benefícios ainda mais evidentes, sendo fortemente recomendada para hipertensos.
- Os hipertensos devem comer de quatro a cinco porções de frutas, quatro a cinco porções de vegetais crus ou cozidos e duas a três porções de laticínios desnatados por dia, com menos de 25% de gordura.
- Dietas vegetarianas podem ocasionar discreta redução na pressão arterial sistólica em hipertensos leves.
- Os hipertensos devem reduzir a quantidade de sal na elaboração de alimentos, dando preferência aos temperos naturais como alho, cebola, limão, gengibre, alecrim, ervas, salsa, cebolinha, hortelã e manjericão. O ideal é retirar o saleiro da mesa, restringir os temperos industrializados e os molhos prontos, sopas em pó, embutidos, conservas, salsichas, enlatados, congelados, defumados, salgados do tipo snacks, mussarela e queijo prato. Alguns alimentos que não têm gosto salgado, mas têm sódio na sua composição, são mostarda, catchup e refrigerantes.
- Restringir ou abolir as bebidas alcoólicas. Recomenda-se limitar o consumo de bebidas alcoólicas a, no máximo, 30g/dia de etanol para homens e 15g/dia para mulheres ou indivíduos de baixo peso. Àqueles que não se enquadrarem nesses limites de consumo, sugere-se o abandono.
- Substituir doces e derivados do açúcar por carboidratos complexos e frutas, evitar sucos industrializados dando preferência aos sucos naturais de frutas.
- Incluir cereais integrais na dieta.
- Usar alimentos com reduzido teor de gordura, eliminando as gorduras hidrogenadas e dando preferência às gorduras do tipo mono ou poli-insaturadas, presentes nas fontes de origem vegetal, exceto dendê e coco.
- Manter uma ingestão satisfatória de cálcio através do consumo de produtos lácteos, de preferência, desnatados.
Substituir frituras por alimentos assados, crus ou grelhados.
- A suplementação de potássio promove redução modesta da pressão arterial. Feijões, ervilha, vegetais de cor verde-escuro, banana, melão, cenoura, beterraba, frutas secas, tomate, batata inglesa e laranja são alimentos pobres em sódio e ricos em potássio. A recomendação é ingerir até 4,7 gramas de potássio ao dia.
- Vários estudos mostram benefícios da restrição do consumo de sal na redução da pressão arterial e menor incremento da pressão arterial com o envelhecimento. É saudável uma pessoa ingerir até 6g de sal por dia (100 mmol ou 2,4 g/dia de sódio), correspondente a quatro colheres de café (4g) rasas de sal adicionadas aos alimentos.
- A prática regular de atividades físicas é recomendada para todos os hipertensos, inclusive aqueles sob tratamento medicamentoso, porque reduz as pressões arteriais sistólica e diastólica em 6,9mmHg e 4,9 mmHg, respectivamente. Além disso, o exercício físico pode reduzir o risco de doença arterial coronariana, acidentes vasculares cerebrais e mortalidade geral. Antes de iniciar atividades físicas, os hipertensos devem ser submetidos a avaliação clínica especializada.
- Óleos e azeite não devem ser acrescentados aos alimentos durante o período de cozimento. Eles devem ser adicionados apenas após o preparo das refeições e em pequena quantidade, por serem muito calóricos.
Fontes consultadas:
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
The Seventh Report of the Joint National Commitee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Exposição precoce à antibióticos está associada à obesidade infantil


Bom dia pessoal, tudo bem com vocês?
Gostaria de compartilhar este recente estudo, onde mostrou que quanto mais prévio é o contato das crianças com antibióticos, maior o risco de obesidade. Isso se dá pelo fato do intestino apresentar uma modificação na sua flora bacteriana, pela exposição / uso de antibióticos. Vários estudos atualmente demonstram a alteração da microbiota intestinal está muito relacionada com a gênese da obesidade. Por isso minha recomendação é amamentação exclusiva até o 6º mês de vida da criança, e consequentemente o acréscimo de alimentos saudáveis, para o devido fortalecimento do sistema imune. Tenho certeza, se baseando por este estudo, que os riscos de obesidade no futuro, serão menores.
Abraço à todos!
Exposição precoce à antibióticos está associada à obesidade infantil
A exposição precoce a antibióticos está fortemente ligada ao aumento do risco de obesidade infantil, de acordo com resultados de um estudo coorte, retrospectivo, longitudinal apresentado na Reunião Anual da Pediatric Academic Societies.
Os autores avaliaram a associação entre a exposição aos antibióticos desde o nascimento até 47 meses com status de peso de 48 a 59 meses de idade, usando registros médicos eletrônicos, entre 2002 e 2010, de 4.938 indivíduos no banco de dados do Grupo de Saúde Cooperativa do estado de Washington, nos Estados Unidos. Destes indivíduos, 3.533 (72%) tinham sido expostos a antibióticos.
A exposição a antibióticos foi definida como qualquer prescrição para um antibiótico oral para um indivíduo entre 0 e 47 meses de idade. Foram excluídos prescrição de uso tópico, intravenoso, intramuscular e antibióticos oftálmicos.
O desfecho primário foi a proporção de crianças com sobrepeso e obesidade, tal como definidos pelos critérios para o crescimento de crianças de 48 a 59 meses do Centro de Prevenção e Controle de Doenças. A regressão logística multivariada avaliou a associação de exposição aos antibióticos e sobrepeso (definido como índice de massa corporal [IMC] ≥ percentil 85 e percentil ≤ 95) ou obesidade (definida como IMC > percentil 95), a 48 e 59 meses. Os dois modelos utilizados foram ajustados para IMC materno, diagnóstico de asma na infância, tipo de parto, peso ao nascimento, raça e exposição materna à antibióticos no pré-natal.
O peso médio das crianças foi de 3.443 g (variação interquartil [IQR]: 3.119 a 3.799 g), e a idade gestacional média foi de 39,0 semanas (IQR: 38 a 40 semanas).
Do grupo de crianças expostas aos antibióticos, 53% foi exposta antes dos 12 meses de idade. Dos 48 aos 59 meses de idade, 11% das crianças expostas e 12% das crianças não expostas precocemente a antibióticos, estavam acima do peso.
A taxa de obesidade foi de 5% nas crianças expostas e de 3% nas crianças não expostas precocemente aos antibióticos, com diferença significativa (p < 0,05). O uso materno de antibióticos orais foi associado à obesidade dos 48 aos 59 meses (OR = 1,61 – IC = 95%, 1,07-2,42).
Os autores concluem que a exposição aos antibióticos no momento do nascimento até os 47 meses foi associada com maior IMC dos 48 aos 59 meses, e que a exposição materna à antibióticos no pré-natal também foi associada com a obesidade na criança. "Estudos futuros deverão explorar o mecanismo da relação entre a exposição precoce aos antibióticos e obesidade. Uma hipótese é de que essa associação se deve a mudanças na composição da microbiota intestinal”, afirmam.

Referência(s)
Dawson-Hahn E, Mendoza J A, Lozano P, Dublin S, Kronman M, Fesinmeyer M D, et al. The Association Between Early Antibiotic Exposure and Later Obesity: A Cohort Study. Disponível em:http://www.abstracts2view.com/pas/view.php?nu=PAS15L1_2155.3. Acessado em 13/05/2015

segunda-feira, 11 de maio de 2015


Peito de frango recheado com brócolis


Ingredientes
- 3 filés de peito de frango
- 1/2 dente de alho amassado
- 1 colher de (sopa) vinho madeira
- 1 colher de (sopa) parmesão ralado
- 1 xícara (chá) de brócolis cozido
- 1/2 colher (sobremesa) de óleo de canola
- Sal a gosto

Modo de preparo
Tempere os filés com o sal e o alho, regue com o vinho madeira, e deixe marinar por 15 minutos. Espalhe o queijo de forma uniforme sobre o frango. Coloque alguns ramos de brócolis e enrole como um rocanbole. Prenda com um palito. Leve ao fogo uma frigideira com o óleo, espere aquecer, abaixe o fogo e grelhe os rolinhos, primeiro de um lado e depois de outro, até que dourem e carne fique cozida.

Serve: 3 porções
Calorias: 216

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Dieta vegetariana é eficaz para o controle do peso



Um estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition sugere que as dietas vegetarianas podem ser tão eficazes quanto as dietas à base de carne para o controle do apetite durante a perda de peso corporal em humanos.
Trata-se de um estudo randomizado, cruzado, no qual 20 homens obesos (índice de massa corporal, IMC, maior que 27 kg/m2) participaram de uma intervenção dietética. Após passarem 2 dias com uma dieta de manutenção, que continha 15% do valor calórico total (VCT) provenientes de proteínas, 30% de lipídeos e 55% de carboidratos, os pacientes foram aleatoriamente distribuídos entre dois grupos de dietas para perda de peso. Um grupo ingeriu uma dieta hiperprotéica com proteína de soja (DHPV) e outro grupo seguiu uma dieta hiperprotéica com proteínas de carnes (DHPC). Após duas semanas seguindo essas dietas, os pacientes trocaram de grupos, de maneira que aqueles inicialmente que consumiram proteína vegetariana, passaram a consumir proteínas de carne, e os pacientes que consumiram proteína de carne passaram a consumir proteínas vegetarianas durante mais duas semanas.
Ambas as dietas continham 30% do VCT de proteína, 30% de lipídeos e 40% de carboidratos. Diariamente, os pacientes eram pesados e avaliados quanto ao apetite. Também foram coletados biomarcadores de saciedade (grelina e peptídeo YY) no final de cada período de dieta.
A composição corporal dos participantes foi realizada através da técnica de pletismografia por deslocamento de ar, método padrão ouro desenvolvido para análise do IMC que utiliza a superfície corporal para determinar a composição corpórea (gordura, massa magra e densidade).
A média do IMC dos participantes foi de 34,8 ± 3,8 kg/m². Durante as duas semanas de acompanhamento, os indivíduos perderam, em média, 2,41 kg com o consumo da dieta DHPV e 2,27 kg com o consumo da dieta DHPC [p=0,352, desvio padrão da diferença (DPD)= 0,1].
As análises dos resultados confirmaram que a fome subjetivamente classificada (p=0,569, DPD:3,8), plenitude (p=0,404, DPD:4.1), desejo de comer (p=0,356, DP:3,7), a preservação da massa magra (p = 0,334, DPD:0,2) e perda de percentual de gordura (p = 0,179, DPD: 0,2) não diferiram entre as duas dietas. Houve diferenças nas concentrações absolutas de grelina e peptídeo YY entre as duas dietas.
Diante dos resultados os autores concluem que as dietas vegetarianas à base de soja são uma boa alternativa em relação a dieta à base de carne em uma dieta hiperprotéica para perda de peso. “Não somente a soja, mas outras leguminosas poderiam representar uma fonte alternativa de proteína para substituir fontes de proteína animal” afirmam os autores.
Referência(s)
Neacsu M, Fyfe C, Horgan G, Johnstone AM. Appetite control and biomarkers of satiety with vegetarian (soy) and meat-based high-protein diets for weight loss in obese men: a randomized crossover trial. Am J Clin Nutr. 2015;100(2):548-58.