Porque durante o processo de digestão, os estoques de serotonina ficam diminuídos, o que faz com que o organismo busque captar rapidamente triptofano para nova produção desse neurotransmissor. O cérebro nos avisa desse processo provocando desejo por carboidratos, como doces, pois a glicose aumenta a disponibilidade cerebral do triptofano, que é captado pelos neurônios, produzindo serotonina.
Tanto o açúcar dos doces quanto os dos carboidratos tem esse efeito (pois ambos têm como resultado final da digestão, a glicose) no entanto, o açúcar dos doces chega à corrente sanguínea mais rapidamente, pois trata-se de um carboidrato simples, que é digerido e absorvido mais rapidamente pelo organismo.
Quando nos alimentamos, ocorre liberação de hormônios e neurotransmissores para que as alças intestinais se movimentem. Um dos neurotransmissores mais atuantes na transmissão de mensagens entre os neurônios do aparelho digestivo é a serotonina. Além de atuar no trato gastrintestinal, a serotonina desempenha um importante papel no sistema nervoso, como a liberação de alguns hormônios, a regulação do sono, a temperatura corporal, o apetite, o humor, a atividade motora e as funções cognitivas.
Por isso, quando a serotonina é secretada pelo intestino, ocorre uma diminuição de seu estoque, e sua reposição depende da ingestão de alimentos ricos em triptofano, pois esse é um aminoácido essencial, que não é produzido pelo organismo. Estudos têm demonstrado a associação da glicose com o aumento da disponibilidade de tirptofano. No entanto, esse aminoácido pode ser encontrado em outros alimentos como aveia, banana, folhas verdes escuras, arroz integral, frutas cítricas, oleaginosas e derivados do leite. O chocolate, além de conter triptofano, contém tirosina, outra substância que também estimula a produção de serotonina.
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Bibliografia (s) Kapczinski F, Busnello J, Abreu MR, Carrão AD. Aspectos da Fisiologia do Triptofano. Disponível em: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol26/vol25/n4/relit254b.htm. Acessado em: 27/02/2015 ABESO. Halpern ZSC, Rodrigues MDB. Chocolate: Alimento ou droga? Disponível em: http://www.abeso.org.br/pagina/188/chocolate---alimento-ou-droga?.shtml. Acessado em: 27/02/2015 Peroutka SJ, Lebovitz RM, Snyder SH. Two distinct central serotonin receptors with different physiological functions. Science. 198; 212(4496):827-829 |
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Por que sentimos vontade de comer doce após as refeições?
terça-feira, 25 de agosto de 2015
O consumo de café reduz o risco de desenvolver diabetes tipo 2?
Sim. Estudos demonstram uma associação inversa entre o consumo de café e o risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 (DM2).
Pesquisadores americanos publicaram uma metanálise que incluiu 28 estudos prospectivos, abrangendo uma população estimada de mais de um milhão de participantes e com mais de 45.000 casos de DM2. O tempo de seguimento variou de 10 meses a 20 anos e o consumo alimentar foi avaliado através de questionário de frequência alimentar. Os resultados demonstram que os participantes que aumentaram seu consumo de café para mais de 1 copo/dia durante um período de quatro anos tiveram um risco 11% menor de desenvolver DM2 nos 4 anos posteriores, em comparação com aqueles que não fizeram alterações no consumo. Já os indivíduos que diminuíram a ingestão de café para mais de 1 copo/dia tiveram risco 17% maior de desenvolver DM2. Mudanças no consumo de chá não foram associados com o risco de DM2.
Os mesmos pesquisadores publicaram outro estudo, dessa vez para comparar as tendências dessa associação com a utilização de café cafeinado ou descafeinado na mesma população. Na comparação entre os efeitos desses cafés, dados demonstraram uma associação inversa entre o consumo desses cafés e o risco de DM2, confirmando que o efeito de redução de risco de DM2 através do consumo de café promove uma resposta dependente das quantidades ingeridas. Mais ainda, os resultados demonstraram que tanto o café cafeinado como o café descafeinado promoveram uma redução comparável no risco de desenvolvimento do DM2.
Um estudo com o objetivo de evidenciar o mecanismo dessa relação avaliou a associação entre o consumo de café e vários biomarcadores relacionados com a DM2, como marcadores hepáticos (γ-glutamil transferase, fetuin-A, e globulina), marcadores de dislipidemia (lipoproteína de alta densidade – colesterol e triglicérides), inflamação (proteína C-reativa), adipocina (adiponectina) e metabólitos. Os resultados verificaram que o consumo de café foi inversamente associado com os níveis de fetuin-A e PCR em mulheres e γ-glutamil transferase e triglicérides em homens. O consumo de café tende a ser inversamente associado com o risco de DM2 em ambos os sexos, alcançando significância apenas em homens. Os autores afirmam que esses marcadores explicam a relação inversa entre o consumo de café a longo prazo e o risco de desenvolvimento de DM2.
No entanto, um estudo publicado na revista Nutrition revisou a literatura sobre os efeitos do consumo de café em diferentes fatores envolvidos na patogênese do DM2. Os autores afirmam que, no geral, as evidências experimentais e epidemiológicas estudadas elucidam os efeitos protetores do consumo de café no DM2, envolvendo múltiplos mecanismos preventivos, mas que apesar das fortes evidências disponíveis na literatura, ainda é incerto se o uso do café deve ser recomendado para pacientes com diabetes e/ou qualquer paciente em risco de desenvolvimento de DM2 como uma terapia complementar para prevenir a progressão da doença.
Pesquisadores americanos publicaram uma metanálise que incluiu 28 estudos prospectivos, abrangendo uma população estimada de mais de um milhão de participantes e com mais de 45.000 casos de DM2. O tempo de seguimento variou de 10 meses a 20 anos e o consumo alimentar foi avaliado através de questionário de frequência alimentar. Os resultados demonstram que os participantes que aumentaram seu consumo de café para mais de 1 copo/dia durante um período de quatro anos tiveram um risco 11% menor de desenvolver DM2 nos 4 anos posteriores, em comparação com aqueles que não fizeram alterações no consumo. Já os indivíduos que diminuíram a ingestão de café para mais de 1 copo/dia tiveram risco 17% maior de desenvolver DM2. Mudanças no consumo de chá não foram associados com o risco de DM2.
Os mesmos pesquisadores publicaram outro estudo, dessa vez para comparar as tendências dessa associação com a utilização de café cafeinado ou descafeinado na mesma população. Na comparação entre os efeitos desses cafés, dados demonstraram uma associação inversa entre o consumo desses cafés e o risco de DM2, confirmando que o efeito de redução de risco de DM2 através do consumo de café promove uma resposta dependente das quantidades ingeridas. Mais ainda, os resultados demonstraram que tanto o café cafeinado como o café descafeinado promoveram uma redução comparável no risco de desenvolvimento do DM2.
Um estudo com o objetivo de evidenciar o mecanismo dessa relação avaliou a associação entre o consumo de café e vários biomarcadores relacionados com a DM2, como marcadores hepáticos (γ-glutamil transferase, fetuin-A, e globulina), marcadores de dislipidemia (lipoproteína de alta densidade – colesterol e triglicérides), inflamação (proteína C-reativa), adipocina (adiponectina) e metabólitos. Os resultados verificaram que o consumo de café foi inversamente associado com os níveis de fetuin-A e PCR em mulheres e γ-glutamil transferase e triglicérides em homens. O consumo de café tende a ser inversamente associado com o risco de DM2 em ambos os sexos, alcançando significância apenas em homens. Os autores afirmam que esses marcadores explicam a relação inversa entre o consumo de café a longo prazo e o risco de desenvolvimento de DM2.
No entanto, um estudo publicado na revista Nutrition revisou a literatura sobre os efeitos do consumo de café em diferentes fatores envolvidos na patogênese do DM2. Os autores afirmam que, no geral, as evidências experimentais e epidemiológicas estudadas elucidam os efeitos protetores do consumo de café no DM2, envolvendo múltiplos mecanismos preventivos, mas que apesar das fortes evidências disponíveis na literatura, ainda é incerto se o uso do café deve ser recomendado para pacientes com diabetes e/ou qualquer paciente em risco de desenvolvimento de DM2 como uma terapia complementar para prevenir a progressão da doença.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
Qual a diferença entre bebidas isotônicas e energéticas?
Apesar das bebidas isotônicas e energéticas terem sido desenvolvidas para melhorar o desempenho esportivo, estes produtos possuem diferenças na composição nutricional, por isso o consumo deve ser feito com objetivos diferentes. A bebida isotônica tem o objetivo de repor as perdas hidroeletrolíticas durante a prática de exercícios, enquanto a bebida energética, por ter ação estimulante, tem o objetivo de aumentar a concentração e a resistência durante o exercício.
As bebidas isotônicas são líquidos que apresentam osmolaridade muito próximo a dos fluidos corporais (280-340 mosmol/kg). Essa propriedade faz com os isotônicos sejam rapidamente absorvidos após o consumo.
Neste sentido, o termo isotônico refere-se à tonicidade, ou seja, diz respeito à concentração iônica de um líquido em relação ao sangue. Um líquido pode ser hipotônico, quando sua concentração é menor que a do sangue, hipertônico quando a concentração é maior ou isotônico quando a concentração é igual a do sangue.
As bebidas isotônicas são consideradas suplementos hidroeletrolíticos com o objetivo de evitar a desidratação durante a prática esportiva. De acordo com a RDC 18/2010 da Anvisa, capítulo III e artigo 6º, os suplementos hidroeletrolíticos para atletas devem atender aos seguintes requisitos:
Neste sentido, o termo isotônico refere-se à tonicidade, ou seja, diz respeito à concentração iônica de um líquido em relação ao sangue. Um líquido pode ser hipotônico, quando sua concentração é menor que a do sangue, hipertônico quando a concentração é maior ou isotônico quando a concentração é igual a do sangue.
As bebidas isotônicas são consideradas suplementos hidroeletrolíticos com o objetivo de evitar a desidratação durante a prática esportiva. De acordo com a RDC 18/2010 da Anvisa, capítulo III e artigo 6º, os suplementos hidroeletrolíticos para atletas devem atender aos seguintes requisitos:
I - a concentração de sódio no produto pronto para consumo deve estar entre 460 e 1150 mg/l, devendo ser utilizados sais inorgânicos para fins alimentícios como fonte de sódio;
II - a osmolalidade do produto pronto para consumo deve ser inferior a 330 mOsm/kg água;
III - os carboidratos podem constituir até 8% do produto pronto para consumo;
IV - o produto pode ser adicionado de vitaminas e minerais, conforme Regulamento Técnico específico sobre adição de nutrientes essenciais;
V - o produto pode ser adicionado de potássio em até 700 mg/l;
VI - o produto não pode ser adicionado de outros nutrientes e de outros componentes que não sejam considerados nutrientes;
VII - o produto não pode ser adicionado de fibras alimentares.
§1°. Quanto ao tipo de carboidrato, referente ao inciso III, este produto não pode ser adicionado de amidos e poliois.
§2°. Com relação ao teor de carboidratos, constante do inciso III, o teor de frutose, quando adicionada, não pode ser superior a 3% do produto pronto para o consumo.
II - a osmolalidade do produto pronto para consumo deve ser inferior a 330 mOsm/kg água;
III - os carboidratos podem constituir até 8% do produto pronto para consumo;
IV - o produto pode ser adicionado de vitaminas e minerais, conforme Regulamento Técnico específico sobre adição de nutrientes essenciais;
V - o produto pode ser adicionado de potássio em até 700 mg/l;
VI - o produto não pode ser adicionado de outros nutrientes e de outros componentes que não sejam considerados nutrientes;
VII - o produto não pode ser adicionado de fibras alimentares.
§1°. Quanto ao tipo de carboidrato, referente ao inciso III, este produto não pode ser adicionado de amidos e poliois.
§2°. Com relação ao teor de carboidratos, constante do inciso III, o teor de frutose, quando adicionada, não pode ser superior a 3% do produto pronto para o consumo.
Os isotônicos geralmente apresentam em sua composição básica sódio, potássio, cloreto e glicose, além de conter corantes, aromatizantes artificiais e conservantes. Podem ser encontrados na forma de pós, concentrados ou líquido pronto para beber.
As bebidas isotônicas devem conter baixo teor de carboidratos para garantir um rápido esvaziamento gástrico e levar menos tempo para atingir os tecidos que necessitam de hidratação e, assim, garantir uma rápida e eficiente reposição hidroeletrolítica. Além disso, não devem ser gaseificadas, pois os gases podem causar a distensão das paredes intestinais e a sensação de peso no estômago.
As bebidas energéticas, por sua vez, têm como principal característica a presença de substâncias com ação estimulante do sistema nervoso central na sua composição. Elas foram desenvolvidas para melhorar a resistência física, reações mais velozes, aumentar a concentração, evitar sono, proporcionar sensação de bem-estar, estimular o metabolismo e ajudar a eliminar substâncias nocivas do organismo humano.
De modo geral, as bebidas energéticas possuem em sua composição básica sacarose, glucose, taurina (400 mg/100ml a 1000 mg/250ml), inositol, cafeína (15-32 mg/100ml a 80 mg/250ml), glucoronalactona, vitaminas do complexo B e vitamina C, acidulantes (ácido cítrico ou ácido pantotênico), reguladores de acidez (citrato de sódio), conservantes, corantes e aromatizantes.
Segundo a RDC 18/2010 da Anvisa, capítulo III e artigo 7º, os suplementos energéticos para atletas devem atender aos seguintes requisitos:
I - o produto pronto para consumo deve conter, no mínimo, 75% do valor energético total proveniente dos carboidratos;
II - a quantidade de carboidratos deve ser de, no mínimo, 15 g na porção do produto pronto para consumo;
III - este produto pode ser adicionado de vitaminas e minerais, conforme Regulamento Técnico específico sobre adição de nutrientes essenciais;
IV - este produto pode conter lipídios, proteínas intactas e ou parcialmente hidrolisadas;
V - este produto não pode ser adicionado de fibras alimentares e de não nutrientes.
II - a quantidade de carboidratos deve ser de, no mínimo, 15 g na porção do produto pronto para consumo;
III - este produto pode ser adicionado de vitaminas e minerais, conforme Regulamento Técnico específico sobre adição de nutrientes essenciais;
IV - este produto pode conter lipídios, proteínas intactas e ou parcialmente hidrolisadas;
V - este produto não pode ser adicionado de fibras alimentares e de não nutrientes.
Bibliografia (s)
Von Duvillard SP, Arciero PJ, Tietjen-Smith T, Alford K. Sports drinks, exercise training, and competition. Curr Sports Med Rep. 2008;7(4):202-8.
Von Duvillard SP, Arciero PJ, Tietjen-Smith T, Alford K. Sports drinks, exercise training, and competition. Curr Sports Med Rep. 2008;7(4):202-8.
Ballard SL, Wellborn-Kim JJ, Clauson KA. Effects of commercial energy drink consumption on athletic performance and body composition. Phys Sportsmed. 2010;38(1):107-17.
Matumoto MSS. Avaliação in vitro das alterações superficiais do esmalte dentário de dentes permanentes submetidos à ação de bebidas energéticas. [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2008.
Brasil. RDC 18/2010 – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Regulamento Técnico sobre Alimentos para Atletas.
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
Identificada enzima que promove hipertensão arterial em obesos
Pesquisadores norte-americanos identificaram que a enzima arginase é responsável pela disfunção endotelial e hipertensão arterial relacionada a obesidade, descoberta que, segundo os autores, pode levar a novas opções de tratamento para doenças vasculares relacionadas com a obesidade.
Em estudo publicado na revista Obesity, Johnson e colaboradores avaliaram a função endotelial e da expressão de arginase nas arteríolas do músculo esquelético de ratos obesos e magros. A atividade da arginase, biodisponibilidade da arginina e pressão arterial foram medidos em todos os animais.
Os resultados demonstraram que os ratos obesos apresentaram deficiência de arginina devido à elevada atividade da arginase, que é responsável pela degradação desse aminoácido. A atividade da arginase nos vasos sanguíneos era significativamente maior nos ratos obesos quando comparados aos ratos magros, o que levou a uma maior degradação da arginina presente no sangue e nas artérias.
Os autores explicam que a arginina é um precursor do óxido nítrico (ON), gás que relaxa os vasos sanguíneos e reduz a pressão arterial. A alta degradação de arginina pela arginase reduziu drasticamente os níveis de ON dos ratos obesos, o que levou à constrição dos vasos sanguíneos e consequente elevação da pressão arterial.
Nesse sentido, o estudo evoluiu para uma segunda etapa: determinação do melhor método para corrigir a deficiência de arginina. Para isso, foram utilizados dois métodos. Um contou com a suplementação de arginina (L-arginina ou D-arginina) e o outro contou com o uso de drogas para bloquear a ação da arginase.
A suplementação com L-arginina e o uso de inibidor de arginase melhorou a vasodilatação em ratos obesos, mas não em ratos magros, e isso foi associado a um aumento na biodisponibilidade sistêmica de arginina. A suplementação com D-arginina não apresentou nenhum efeito com relação à pressão arterial.
Diante de tais resultados, os autores concluem que a arginase promove disfunção endotelial e hipertensão arterial na obesidade, devido a redução da biodisponibilidade de arginina. As abordagens terapêuticas dirigidas à inibição da arginase nos vasos sanguíneos podem representar uma abordagem promissora no tratamento de doenças vasculares relacionadas com a obesidade.
Referência(s)
Johnson FK, Peyton KJ, Liu XM, Azam MA, Shebib AR, Johnson RA, et al. Arginase promotes endothelial dysfunction and hypertension in obese rats. Obesity (Silver Spring). 2015; 23(2):383-90.
Johnson FK, Peyton KJ, Liu XM, Azam MA, Shebib AR, Johnson RA, et al. Arginase promotes endothelial dysfunction and hypertension in obese rats. Obesity (Silver Spring). 2015; 23(2):383-90.
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
Leite materno pode reduzir chance de câncer em mãe e bebê
Amamentação diminui em até 19% o risco de leucemia infantil e previne o câncer de mama. O leite materno garante, não apenas a saúde do bebê, mas também a da mãe. Além de criar intimidade e construir elos entre os dois, a amamentação possui, ainda, todos os nutrientes de que a criança precisa para se desenvolver bem nos primeiros seis meses de vida. Protege contra infecções e reduz o risco de desenvolver doenças mais graves, como é o caso da leucemia, com estimativa de 11.370 novos casos por ano, segundo os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) – 2014. A leucemia linfoide aguda é o tipo mais comum em crianças. “É uma doença maligna dos leucócitos (glóbulos brancos), caracterizada pela proliferação anormal destas células na medula óssea, ocasionando produção insuficiente de células sanguíneas maduras normais. Mas podem ocorrer casos de leucemia mielóide aguda, que acomete tanto adultos (80%), como crianças (15-20%)”, De acordo com dados da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), a taxa de sobrevida em cinco anos para a leucemia linfóide aguda (LLA), em crianças, tem aumentado ao longo do tempo, chegando a 80% dos casos. Já a mielóide aguda (LMA) aumentou para 50% a 70% dos casos. O diagnóstico é feito a partir de quadro clínico suspeito caracterizado por fadiga, cansaço, palpitações, sangramentos, febre associada à alteração do hemograma que evidencia anemia, plaquetopenia, neutropenia e presença de blastos circulantes, quando leucemia aguda. E pode ser confirmado com a coleta da medula óssea para estudo citomorfológico, imunofenotípico e citogenético. Benefício para as mães Já nas mães, a amamentação pode ajudar a prevenir o câncer de mama, que tem estimativas de 57.120 casos por ano, segundo dados do INCA (2014). Esse tipo de câncer é o mais comum entre as mulheres e representa 22% dos casos novos de câncer a cada ano. Relativamente raro antes dos 35 anos, sua incidência aumenta gradativamente com o envelhecimento, pois a cada ciclo menstrual a mulher fica exposta aos hormônios, e assim tem mais chances de desenvolver a doença. “Durante a amamentação, a mulher tem seu ciclo suprimido, devido a isso, quanto maior o tempo de amamentação, menos a chance de desenvolver o câncer, pois ela não sofre as ações dos hormônios”. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a cada ano de amamentação completa, o risco de a mulher desenvolver o câncer diminui de 3 a 4%. Mesmo assim, a prevenção ainda é o melhor meio de evitar qualquer tipo de câncer. “Evitar a obesidade, através de dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos e não ingerir bebidas alcoólicas são recomendações importantes na prevenção primária dessa doença”. O INCA ainda chama atenção para a importância do diagnóstico, pois apenas 1,8% dos casos são diagnosticados em mulheres entre 20 a 34 anos, e 10% em mulheres entre 35 a 44 anos. O autoexame também é uma forma de prevenção, porém não elimina a necessidade da consulta de rotina com o médico.
Fonte Dr. Amândio Soares - Oncologista e diretor da Oncomed - Centro de Prevenção e Tratamento de Doenças Neoplásicas.
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