segunda-feira, 27 de julho de 2015

Deficiência de vitamina D está relacionada à síndrome metabólica


Um estudo conduzido por pesquisadores iranianos demonstrou que a concentração sérica de vitamina D foi notavelmente menor em indivíduos com síndrome metabólica (SM) em comparação com indivíduos sem SM.
Com o objetivo de identificar a relação entre ingestão diária de vitamina D, níveis séricos de 25(OH)D e prevalência de SM, Ghanei e colaboradores compararam variáveis plasmáticas e nutricionais de 128 indivíduossaudáveis e 122 indivíduos com diagnóstico de SM.
Os resultados demonstraram que 98,4% dos pacientes do grupo SM e 88,3% dos indivíduos saudáveis apresentaram deficiência de vitamina D (25(OH)D<20ng a="" diferen="" esta="" estatisticamente="" foi="" ml="" p="0,005).</p" que="" sendo="" significativa="">
Não apenas as baixas concentrações de vitamina D, mas também as de cálcio, fósforo e a baixa ingestão de cálcio foram preditores da SM. Ainda, as concentrações de 25(OH)D foram associadas de forma significativa com a circunferência da cintura (p = 0,001), níveis de HDL (colesterol de alta densidade) (p = 0,001) e triglicérides (p = 0,012).
Os autores concluíram que existe a associação ente vitamina D e SM, mas que as relações de causa e efeito precisam ser mais exploradas.
Referência(s)
Ghanei L, Ziaee A, Rostami P, Oveisi S, Esmailzadehha N, Kazemifar AM, et al. Association of serum 25-hydroxyvitamin d levels and vitamin d dietary intake with metabolic syndrome: a case control study. J Res Health Sci. 2015;15(1):32-6.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Controle de carga glicêmica é mais eficaz que contagem de carboidratos


Resultados de um estudo piloto publicado na revista Acta diabetologica demonstraram que o método de controle da carga glicêmica foi mais favorável na determinação de doses de insulina prandial com controle da glicemia em pacientes com diabetes tipo 1.
Para avaliar a eficácia do manejo glicêmico de pacientes diabéticos tipo 1 (DM1) por meio de controle da carga glicêmica (GLC) ou da contagem de carboidratos (CC), Bozzetto e colaboradores selecionaram 9 pacientes com DM1 e uso de bomba de insulina. Trata-se de um estudo cruzado, portanto os pacientes foram distribuídos aleatoriamente entre o método GLC e o método CC e acompanhados durante 1 semana. Posteriormente os pacientes trocaram de método e foram avaliados por mais 1 semana.
A média de idade dos pacientes era de 37 anos, IMC (índice de massa corporal) médio de 27 kg/m² e níveis sanguíneos de hemoglobina glicada de 7,7 ± 0,8%. Ao longo das duas semanas em que os pacientes foram acompanhados, foi realizada a monitorização contínua e as cegas da glicemia, além de coleta de registro alimentar de 7 dias.
As doses diárias de insulina não foram diferentes entre os métodos GLC e CC. Entretanto, as doses de insulina pré-refeição no café da manhã foram significativamente menores durante o GLC do que o período de CC, mas semelhante ao almoço e jantar. A resposta glicêmica pós-prandial foi mais adequada durante o método GLC em relação ao CC.
Referência(s)
Bozzetto L, Giorgini M, Alderisio A, Costagliola L, Giacco A, Riccardi G, et al. Glycaemic load versus carbohydrate counting for insulin bolus calculation in patients with type 1 diabetes on insulin pump. Acta Diabetol. 2015 [Epub ahead of print]

segunda-feira, 13 de julho de 2015

HIDRATAÇÃO PARA A SAÚDE E BEM ESTAR


Qualquer hora é um bom momento para pensar na hidratação, mas há situações específicas em que ela é fundamental. O desempenho do trabalho físico, geralmente fica prejudicado quando a desidratação ultrapassa 1% a 3% do peso corporal, cerca de 500 ml a 2 litros, pode fazer a pessoa sentir-se menos alerta, menos capaz de concentrar-se e mais cansada.

CONFIRA ALGUMAS SITUAÇÕES CRÍTICAS PARA CONSIDERAR A HIDRATAÇÃO

- Estudando - o desempenho em tarefas mentais pode ser influenciada negativamente pelo calor e pela desidratação. Crianças e adolescentes podem correr maior risco de prejuízo da função cognitiva devido à hidratação insuficiente.

- Dirigindo e durante o vôo - a desidratação pode causar dores de cabeça, cansaço e perda da concentração, afetando a agilidade mental. Dirigir um carro com a temperatura interna alta pode levar à transpiração, com grandes perdas de água e sais minerais ou eletrólitos. Mesmo em um carro com ar condicionado, em uma viagem longa, as perdas de água pode ser elevadas. Consumir bebidas não alcoólicas com mais frequência durante uma viagem longa de automóvel pode ajudar a reduzir o cansaço da estrada. O ar dentro de aviões durante o vôo tende a ter a umidade muito baixa, cerca de 15%. A baixa umidade aumenta a desidratação pela perda de água através da pele. Assim, da próxima vez que você estiver em um vôo longo, lembre-se de beber muito líquido.

Exercitando-se - a desidratação pode afetar negativamente o desempenho no exercício aeróbio, especialmente em climas moderados ou quentes, e pode prejudicar potencialmente o desempenho mental e cognitivo. A magnitude da queda do desempenho no exercício está relacionada à quantidade de estresse pelo calor e ao tipo de exercício, além das características biológicas individuais.

- Trabalhando - muitos fatores como aumento da carga de trabalho, estresse, longos deslocamentos, ar seco devido ao ar condicionado e ambientes quentes podem afetar o funcionamento normal do corpo e aumentar a perda de água, mesmo quando não estamos visivelmente transpirando. A hidratação é tão importante para o trabalhador de um escritório quanto para o trabalhador braçal. Em um escritório com ar condicionado, a atmosfera tem um baixo teor de água resultando em maiores perdas de água pelos pulmões e através da pele.

HIPER-HIDRATAÇÃO
Apesar de rara, a hiper hidratação pode ocorrer durante longos períodos de exercício, quando eletrólitos perdidos através do suor não são substituídos e quantidades excessivas de água são consumidas. A hiper hidratação pode levar a desiquilíbrios potencialmente perigosos de eletrólitos, incluindo hiponatremia, uma doença em que o nível de sódio no sangue se torna muito baixo.

GRUPOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS

Idosos - com a idade, o corpo perde a capacidade de detectar a sede. Alguns idosos também sofrem de memória fraca, imobilidade ou doenças, e alguns medicamentos também podem interferir no estado de hidratação e/ou no mecanismo da seda.

Crianças - ser fisicamente ativo pode aumentar significativamente a quantidade de líquidos que as crianças precisam consumir. Os responsáveis precisam estar atentos quanto à ingestão de líquidos e programar pausas regulares para o consumo de bebidas quando as crianças estiverem brincando ao ar livre, especialmente em clima quente. Bebês também estão em maior risco em climas quentes.

Mulheres - em geral, têm menores taxas de suor do que os homens. Isto coloca as mulheres atletas em maior risco de hiper-hidratação.

Fonte: Institute of Medicine (IOM)

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Dieta mediterrânea pode melhorar o humor a curto prazo




Pesquisadores australianos observaram que mulheres jovens que aderiram a dieta mediterrânea apresentaram após 10 dias elevação no contentamento e no estado de alerta, redução da confusão mental e na pressão arterial, além de uma melhora significativa de aspectos cognitivos.

Trata-se de um estudo cruzado, no qual 24 mulheres saudáveis foram alocadas aleatoriamente para seguir um plano de alimentação de estilo mediterrâneo (MedDi), ou para continuar com sua dieta normal, sem mudança (ND) durante 10 dias. Após os primeiros 10 dias, as participantes foram trocadas de grupo em uma forma de contrapeso (as mulheres do grupo MedDi passaram a ser do grupo ND, e as mulheres do grupo ND passaram a seguir a dieta mediterrânea). As voluntárias do grupo MedDi receberam um plano alimentar e diários alimentares para documentar sua ingestão alimentar ao longo do estudo. As do grupo ND foram instruídas a continuar a sua alimentação, como de costume, e também documentaram sua dieta no diário alimentar.

Os pesquisadores utilizaram um sistema computadorizado de avaliação de desempenho mental, que avaliou vários domínios cognitivos, incluindo atenção, memória imediata, memória a longo prazo e funcionamento executivo.

A dieta exerceu um efeito significativo no peso. As participantes na condição MedDi tiveram uma média de redução de peso de 1,77 kg (DP = 1,55), com um aumento de 0,11 kg (DP = 1,60) na condição ND. No entanto, a alteração no IMC não foi significativa. 

Os testes psicológicos aplicados demonstraram que o contentamento e estado de alerta foram aumentados e a confusão mental foi reduzida, na condição MedDi em comparação com a ND. Houve também um efeito significativo da dieta mediterrânea na memória imediata e a longo prazo, além de uma redução da pressão arterial, com relação à condição ND.

“O presente estudo indica que a mudança de curto prazo para a dieta mediterrânea pode melhorar os aspectos de humor e saúde cardiovascular em mulheres jovens e saudáveis”, concluem os autores. “Em função desses resultados, futuras pesquisas serão necessárias para avaliar melhor os benefícios psicológicos de seguir essa dieta, incluindo a avaliação cognitiva global, em populações saudáveis e enfermas”, afirmam.



Referência(s)

Lee J, Pase M, Pipingas A, Raubenheimer J, Thurgood M, Villalon L. Switching to a 10-day Mediterranean-style diet improves mood and cardiovascular function in a controlled crossover study. 
Nutrition. 2015;31(5):647-52

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Ingestão nutricional de produtos lácteos e intolerância à lactose



Uma alimentação nutricionalmente adequada é essencial para promover saúde, qualidade de vida e reduzir o risco de diversas doenças crônicas. Grande parcela da população apresenta um consumo insuficiente de alguns nutrientes. Os Dietary Guidelines for Americans (DGA) são publicados com o intuito de orientar o público sobre como melhorar a ingestão de nutrientes tanto na forma qualitativa como quantitativa.
O consumo de cálcio é um marcador de adequação da dieta já que alimentos lácteos, além de serem fonte rica de cálcio, são também fontes de muitos outros nutrientes, tais como: potássio, vitamina B12, riboflavina, magnésio, fósforo, e proteina. Portanto, uma dieta baixa em produtos lácteos poderá consequentemente ser uma dieta pobre em nutrientes.
A ligação entre a ingestão de cálcio e a saúde dos ossos já é bem conhecida. Além desses benefícios o cálcio atua também na diminuição da pressão sanguínea, na redução do risco de pré-eclâmpsia, no aumento da velocidade de perda de peso em dietas de baixo teor calórico e na redução do risco da síndrome metabólica. Entretanto, a baixa ingestão de cálcio está associada à intolerância ao leite. Nessa situação o que poderia ser feito?
A ausência da hidrólise adequada da lactose permite que este açúcar chegue ao intestino distal na forma intacta, sendo fermentado pelas bactérias com consequente aumento na produção de gases levando ao aparecimento de possíveis sintomas como: câimbras, distensão abdominal, flatulência e diarreia. O baixo nível de atividade da lactase nos adultos é chamado lactase nonpersistence e a ausência da hidrólise é chamada de má-digestão da lactose. Condições sintomáticas apresentadas nesse processo recebem a denominação de intolerância à lactose. A principal consequência para a saúde por ausência ou baixo consumo de produtos lácteos é a redução da densidade óssea e aumento do risco de fratura. O desafio do profissional de saúde é conseguir que indivíduos intolerantes aumentem o consumo de produtos lácteos.
A má-digestão de lactose pode ser melhorada por meio da utilização de probióticos por favorecerema colonização do intestino com microrganismos que quebram a lactose. Iogurtes e queijos duros também pode ser utilizados devido á baixa quantidade de lactose. O aumento gradativo da ingestão de leites também deve ser incentivado para favorecer o desenvolvimento de uma microbiota intestinal que contenha sua própria lactase.
Referência: Heany RP. Dairy intake, Dietary Adequacy and Lactose Intolerance. ADV NUTR. 2013.