sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Como o calor do ambiente influencia no desempenho físico?


Embora o desempenho em eventos de força, potência ou velocidade com duração inferior a um minuto, não pareça ser afetado de maneira adversa por condições de temperatura ambiente elevada, o desempenho em atividades de resistência aeróbia mais prolongadas normalmente é pior quando comparado ao desempenho em temperaturas mais amenas. Um corredor de velocidade não vai sentir qualquer melhora no seu tempo de corrida; um corredor numa corrida de cinco quilômetros terá que diminuir um pouco o ritmo normal, enquanto um maratonista sofrerá uma queda considerável no desempenho. Na corrida de cinco quilômetros o corredor terá um desempenho a uma taxa metabólica mais elevada e, portanto, produzirá calor rapidamente. Para controlar a elevação excessiva da temperatura corporal, o fluxo de sangue direcionado para a pele aumentará a fim de dissipar o calor para o ambiente. Esse deslocamento do sangue para a pele resultará em uma proporção menor de sangue e, consequentemente, do oxigênio que será levado à musculatura ativa. Tanto Nadel como Young constataram que nessas condições o metabolismo celular é ligeiramente alterado, pois ocorrerá um maior acúmulo de ácido láctico caso o atleta tente manter o ritmo normalmente adotado em ambiente de temperatura mais amena. Yaspelkis et al. relataram descobertas semelhantes sobre o lactato, mas não constataram aumento na utilização do glicogênio muscular. Eles acharam que o aumento do ácido láctico pudesse estar associado à redução da depuração do fígado. No entanto, esse aumento pode estar associado a uma maior sensação de estresse. Em alguns indivíduos, os ajustes circulatórios podem não ser suficientes, causando rápida elevação da temperatura corporal, que provocará hipertermia e sintomas de fraqueza. Por causa dessas alterações, e possivelmente por outras não identificadas, o corredor normalmente tem que diminuir o ritmo. Embora o corredor de cinco quilômetros transpire bastante, a duração do evento normalmente é curta, por isso, não ocorre perda excessiva de fluídos corporais. Entretanto, em eventos mais prolongados, os atletas podem apresentar os problemas mencionados acima juntamente com os efeitos adversos da desidratação. Os maratonistas podem perder 5% ou mais do peso corporal (a maior parte é constituída de água) durante a corrida, o que pode não só prejudicar o desempenho como também trazer sérias conseqüências à saúde.

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